Porto Alegre, 17 de janeiro de 2025 – O mercado brasileiro de feijão carioca teve uma semana de maior movimentação, impulsionada pela intensificação da oferta devido ao avanço da colheita, especialmente no Paraná, e a expectativa de aumento nas regiões de Minas Gerais e Goiás. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, apesar disso, as negociações se dividiram entre produtos premium e comerciais, com desafios distintos.
Oliveira destacou que feijões de boa qualidade, como os extra nota 9,5 de Goiás, continuaram com forte demanda, sendo negociados por R$ 270,00 por saca. Feijões nota 8,5 também apresentaram boa liquidez, com preços em torno de R$ 220,00 por saca. Por outro lado, conforme ele, o segmento comercial enfrentou dificuldades devido à grande oferta de lotes de qualidade inferior, com preços mais baixos, como os lotes nota 8 cotados a R$ 190,00 e transações de maiores volumes chegando a R$ 150,00 por saca.
“O clima, com chuvas acima da média, afetou negativamente a qualidade dos grãos colhidos, dificultando a formação de estoques de padrão superior. Embora a liquidez para feijões premium tenha se mantido, a pressão sobre os feijões comerciais e a cautela dos compradores, que aguardam uma recuperação do consumo varejista, dominaram o mercado”, explicou.
O analista também afirmou que a segmentação entre produtos premium e comerciais se consolidou, com o futuro do mercado dependendo da estabilização climática e da dinâmica entre oferta e demanda no varejo.
Feijão preto
Oliveira relatou que o mercado de feijão preto teve uma semana de baixa liquidez e retração dos compradores, devido à ampla oferta gerada pelo avanço da colheita no Sul do Brasil. “A intensificação da safra pressionou os preços para baixo, especialmente para produtos de qualidade inferior, enquanto lotes de padrão superior mantiveram atratividade”, disse.
O avanço da colheita reduziu os preços de R$ 240,00 para R$ 230,00 por saca, uma queda de 4,35%. Lotes extra de alta qualidade foram vendidos a R$ 200,00 por saca, enquanto feijões de boa qualidade no Paraná ficaram em torno de R$ 190,00 por saca.
Feijões de qualidade inferior enfrentam dificuldades de escoamento, mesmo com descontos, refletindo a preferência por lotes superiores. Há registros de pedidos a R$ 220,00 por saca, indicando possibilidade de ajustes dependendo da demanda.
Os compradores adotaram postura cautelosa, realizando aquisições mínimas para reposição de estoques. Muitos lotes estão sendo armazenados, com expectativa de recuperação nos preços, principalmente se o mercado varejista se estabilizar.
“A expectativa para o curto prazo depende da velocidade da colheita e da estabilização climática, que serão determinantes para os preços e para a segmentação entre produtos de alta qualidade e lotes comerciais”, estimou o consultor.
Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)
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