Ribeirão Preto, 28 de abril de 2025 – Em coletiva de imprensa na 30a edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, São Paulo, o diretor de Agronegócio do Santander, Carlos Aguiar, enfatizou que, ao contrário do cenário complicado observado na safra 2023/24, a atual temporada deve terminar com uma perspectiva bem melhor em termos de tamanho da safra e de preços. “Tirando a região oeste do Rio Grande do Sul o sul de Mato Grosso do Sul, em quase todos os demais lugares a safra colhida de soja foi recorde e com um preço pelo menos 10% melhor que o planejado, o que gera uma expectativa de rende melhor ao produtor”, afirma.
Quanto à guerra comercial envolvendo Estados Unidos e China, Carlos analisa que, no curto prazo, o conflito favorece o Brasil, por ser um dos maiores fornecedores globais de grãos, embora no médio e longo prazo a perspectiva não é tão boa e pode haver prejuízos, pois ela dificulta o crescimento global de todos os países.
No entendimento do diretor do Santander, o setor do agronegócio vive um momento de ressaca, pois os produtores se endividaram muito ao longo dos últimos anos ao tomar um crédito barato para investimento e por ter agora que arcar o vencimento de suas dívidas num patamar de juros bastante elevado. “Muitos investimentos foram contratados na época da pandemia a uma taxa de juros de 2% ao ano e hoje ela está em 15%, o que dificulta o pagamento pelos produtores. A margem do produtor que era de 40% hoje está em 25%, gerando uma ressaca. Acredito que deve demorar de duas a três safras boas para que o produtor consiga se equilibrar novamente”, avalia.
Arno Baasch – arno@safras.com.br (Safras News)
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