Porto Alegre, 7 de fevereiro de 2025 – O mercado de feijão carioca tem operado com baixa liquidez e estabilidade nos preços, refletindo uma demanda morosa e um cenário de poucas negociações. Nos últimos dias, os volumes ofertados foram compostos, em grande parte, por remanescentes do dia anterior, sem novas entradas expressivas. A movimentação dos compradores tem sido discreta, com negociações concentradas em feijões de qualidade inferior, cujos preços permaneceram alinhados com os padrões oferecidos. Mesmo com a estabilidade nos preços, há um consenso de que o mercado já atingiu seu piso, dificultando novas quedas.
No Paraná, a colheita da primeira safra de feijão 2024/25 já ultrapassa 40%, segundo a Conab, enquanto o plantio da segunda safra foi estimado em 365,8 mil hectares, 16% abaixo do ciclo anterior. A produção total esperada para a segunda safra deve ser de 666,8 mil toneladas, uma leve retração de 1% em relação ao ano passado. O excesso de chuvas tem dificultado a oferta de feijão de melhor qualidade, impactando diretamente o mercado.
Feijão preto
O feijão preto segue a mesma tendência de baixa liquidez, com poucos negócios concretizados e estoques limitados. A estabilidade nos preços reflete a espera do mercado por uma definição mais clara sobre a nova safra e os impactos das condições climáticas sobre a qualidade do grão. A redução na área plantada pode trazer impactos na oferta ao longo do ano, tornando o comportamento dos compradores ainda mais cauteloso.
Rio Grande do Sul
A colheita da primeira safra está em finalização nas regiões que adotam o sistema de duas safras. A produtividade continua variável, dependendo do nível de uso de insumos e das condições climáticas ao longo do ciclo produtivo. Os grãos colhidos nas lavouras mais precoces apresentam peso e qualidade adequados, garantindo boa aceitação no mercado e atendendo às expectativas para a safra. Contudo, nas lavouras colhidas recentemente, a qualidade se reduziu significativamente. O rendimento médio alcançado está estimado em 1.600 kg/há.
A área estimada de feijão para a 2ª safra de 2024/2025, pela Emater/RS-Ascar, é de 18.863 hectares, o que corresponde a uma redução de 15,19% em relação aos 22.242 hectares (IBGE) semeados na 2ª safra 2023/2024. A previsão de produtividade é de 1.572 kg/ha, o que representa um aumento de 45,83% em comparação aos 1.078 kg/ha (IBGE), colhidos em 2024, os quais foram extremamente impactados pelo excesso de precipitações.
A produção estimada para a safra atual é de 29.653 toneladas, resultando em um crescimento de 29,63% em relação à produção do ano anterior, que foi de 22.874 toneladas (IBGE).
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News
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