“A queda na moagem na quinzena remete a ocorrência de chuvas em algumas regiões do Mato Grosso do Sul, do Paraná e de São Paulo, incluindo Assis, Araçatuba e São Carlos, impactando a operacionalização da colheita”, analisa o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.
Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira para o mês de maio registraram produtividade de 77,0 toneladas por hectare antes 85,9 toneladas observadas no mesmo período na safra 2020/2021 – retração de 10,4%. No acumulado de abril e maio, o rendimento agrícola da safra 2021/2022 indica queda de 10,6% quando comparado com o mesmo período do último ciclo (76,1 toneladas por hectare ante 85,1 toneladas por hectare).
“Números preliminares da primeira quinzena de junho de uma amostra de 28 unidades indicam quebra agrícola de 15%, em comparação com o rendimento das mesmas lavouras no ciclo anterior. Os valores são de uma amostra reduzida, mas apontam que a tendência de menor rendimento deve permanecer”, acrescentou Rodrigues.
A qualidade da matéria-prima colhida na região Centro-Sul na primeira quinzena de junho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou aumento de 1,34% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, com 138,35 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado desde o início da safra até 16 de junho, o indicador avança 1,23% no Centro-Sul, registrando o valor de 130,48 kg de ATR/t.
Na primeira quinzena de junho, 249 unidades estavam em operação, sendo 241 processadoras de cana-dea çúcar, 5 exclusivas de etanol de milho e 3 usinas flex. Na mesma data da safra 2020/2021, 254 unidades haviam iniciado o processamento de cana-de-açúcar. Para a segunda quinzena de junho, outras 6 unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.
Produção de açúcar e de etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de junho somou 2,19 milhões toneladas (-14,35%) e a de etanol 1,69 bilhão de litros (-8,70%). Do volume total de etanol produzido, o hidratado representou 975,20 milhões de litros (-23,99%). A despeito da queda nos outros produtos da cana, o etanol anidro registrou avanço considerável de 26,11% em relação ao volume produzido no mesmo período da safra 2020/2021, alcançando produção de 710,65 milhões de litros.
“A produção de etanol apresentou queda inferior àquela registrada para açúcar, indicando que as unidades produtoras priorizaram a produção do etanol anidro”, explicou Rodrigues. No acumulado desde o início da safra até 16 de junho, o açúcar e o etanol hidratado registram retrações frente à produção observada no ciclo agrícola anterior. A produção do adoçante totalizou 9,34 milhões de toneladas até a primeira quinzena de junho (-11,90%), enquanto a fabricação acumulada do biocombustível alcançou 4,96 bilhões de litros (-15,26%). Em sentido contrário, a produção acumulada de etanol anidro apresenta aumento de 15,02% até 16 de junho, com 2,56 bilhões de litros.
Como reflexo, 45,39% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar até o dia 16 de junho, ante 46,12% registrados na mesma data de 2020. Na primeira quinzena de junho, foram fabricados 119,71 milhões de litros de etanol a partir de milho, ante 67,53 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2020/2021 – avanço de 77,27%. No acumulado, a produção chega a 592,51 milhões de litros – avanço de 41,65% na comparação com a safra passada.
As informações partem da assessoria de imprensa da UNICA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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