São Paulo, 10 de setembro de 2025 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que houve um pedido do governo ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, para retirar da pauta de votações a política nacional dos minerais críticos, que estava prevista para ser votada com urgência nesta terça-feira (9). Segundo o ministro, o pedido se deu devido à instalação, “nos próximos dias”, do Conselho Nacional de Política Mineral.
“Vai ser a primeira reunião do conselho. Nós estamos preparando uma pauta para esse conselho, que foi criado em 2022 e aperfeiçoado pelo atual governo em 2023”, disse Silveira, durante uma entrevista a jornalistas, após o início da energização do Linhão Manaus-Boa Vista, na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília.
Silveira considera a questão dos minerais críticos “um tema extremamente estratégico para o Brasil”. “Nós temos uma das maiores riquezas em minerais para transição, e os minerais críticos que são minerais para segurança alimentar, é para principalmente potássio e fosfato no mundo. Nós queremos, a partir da implementação do conselho, avançar numa série de decretos que podem ser feitos de forma infralegal e queremos consensuar com o Congresso uma política legal que seja que tenha uma visão estratégica de governo. E é isso que nós vamos fazer, e é por isso que nós que pedimos ao deputado Hugo Mota e ao Congresso que a gente discuta um projeto comum para que a gente avance o mais rápido possível numa política de estado para os minerais críticos e estratégicos no Brasil.”
Em relação à possível votação da MP da tarifa social, nesta quarta-feira, com a possibilidade de um “enxugamento” no texto, Silveira disse que conversou ontem (9) com o deputado e ex-ministro de Minas e Energia do governo de Michel Temer, Fernando Coelho Filho (União-PE), e disse que ele está trabalhando “para consensuar o máximo possível” o projeto enviado pelo governo, já que há pontos “que ele próprio entende que são muito importante de serem mantidos” e outros a serem aperfeiçoados pelo Congresso. “Nós estamos discutindo e eu tenho visto um grande apoio, um grande consenso sendo construído na Câmara dos Deputados. Espero que o mesmo se dê no Senado e que o texto final atenda aquilo que foi o nosso propósito, no Ministério de Minas e Energia e do presidente Lula, que é equilibrar, proteger os mais pobres com a tarifa social, proteger a classe média com abertura total e ampla de mercado e equilibrar o setor, diminuindo alguns subsídios que não são mais necessários para algumas áreas da geração de energia. Foi um projeto elogiado por todos do Brasil e eu espero que o corpo central do projeto seja mantido.”
Em relação ao Linhão de Tucuruí, o ministro disse que Roraima recebeu a interligação de Manaus a Boa Vista, com capacidade de “tanto levar, quanto trazer” energia para o resto do Brasil. “Como Roraima só consome 250 MW, ou seja, um quarto da energia desse linhão, é possível a gente tanto levar para poder dar segurança energética a outros países, no caso em específico, agora, nesse momento a Venezuela, caso precise, quanto trazer energia para o resto do Brasil inteiro. Então essa interligação ela representa mais do que o estado Roraima. Ela representa em especial o desenvolvimento econômico, social, emprego, renda, manufaturamento das riquezas de Roraima, que hoje é energia instável e suja, porque é óleo diesel, e insuficiente para poder desenvolver o Estado.”
Silveira disse que a interligação atualmente existente com a Venezuela está em testes, com o recebimento de 15 MW da usina hidrelétrica de Guri, que precisa passar por reforma. “Nós estamos recebendo em torno de 15 MW para testar a linha da usina de Guri, que é uma usina hidrelétrica que precisa de passar por reforma, mas já existe uma integração e portanto, agora é importante a gente entender isso”, comentou.
O ministro também confirmou que o Linhão de Tucuruí ainda está em teste. “Toda vez que você inicia um projeto elétrico, naturalmente, a gente prefere chamar de teste. Ele está sendo completamente ligado, mas pode se que haja instabilidade até a estabilização completa do linhão. São 174 km e uma obra de 3,3 bilhões de reais, uma obra histórica, que passa dentro da floresta amazônica. (…) A ligação é definitiva, mas daqui até alguns dias naturalmente pode ser que haja necessidade de adaptações do sistema.”
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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