Milho contabilizou novas altas em agosto no Brasil com oferta curta

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     Porto Alegre, 28 de agosto de 2020 – O mercado brasileiro de milho teve um mês de agosto de significativas altas nas cotações, de modo geral nas praças de comercialização. O cenário seguiu sendo de preços bem sustentados mesmo diante da entrada da safrinha. A oferta bem dosada por parte dos produtores e a disputa pelo milho entre exportação e mercado interno garantiu os avanços graduais do cereal.

     A volatilidade do dólar, que subiu novamente em agosto, garantiu suporte aos preços do milho nos portos, com vistas à exportação, trazendo maior competitividade aos embarques brasileiros. E isso acabou também influenciando o mercado físico, ao produtor. O dólar comercial subiu de R$ 5,216 ao final de julho para R$ 5,575 no fechamento desta quinta-feira, acumulando em agosto valorização de 6,9% (até 27 de agosto).

     Com dólar elevado, boa demanda da exportação e procura dos compradores internamente, pouco a pouco os preços foram avançando, acumulando em agosto forte alta em quase todas as regiões. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta de milho segue muito restrita no mercado doméstico, com os produtores em geral ainda apostando na retenção como estratégia recorrente. “A movimentação cambial e da CBOT foram sem dúvida relevantes para a continuidade dessas estratégias. Tradings e demais consumidores ainda encontram dificuldades na aquisição de lotes.

     Entre fatores de sustentação, o produtor continua mostrando-se bem capitalizado e pode dosar a entrada de milho no mercado com tranquilidade, esperando por reações nos preços. Houve baixo estoque ao final da safra de verão e agora os consumidores estão tendo de buscar mais oferta no mercado, trazendo pressão de compra. E segue a avaliação de uma safra de verão com produção discreta em 2021, além de notícias de geadas em algumas regiões trazendo prejuízos.

     No balanço de agosto, o preço do milho na base de compra no Porto de Paranaguá subiu de R$ 50,00 para R$ 60,00 a saca, valorização de 20%.

      Já no mercado disponível, o preço do milho em Campinas/CIF subiu de R$ 53,00 a saca de 60 quilos na base de venda para R$ 65,00 a saca no comparativo do fim de julho com o dia 27 de agosto, acumulando no mês alta de 22,6%. Na região Mogiana paulista, o cereal passou de R$ 51,00 para R$ 63,00 a saca no comparativo, valorizando no mês 23,5%.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo mensal, o preço avançou no mês de R$ 47,00 para R$ 57,00 aa saca na base de venda, alta de 21,3%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação subiu de R$ 41,00 para R$ 50,00 a saca, elevação de 21,9%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, houve alta de R$ 52,50 para R$ 61,00 no balanço mensal (+16,2%).

     Em Uberlândia, Minas Gerais, as cotações do milho avançaram no mês de R$ 45,00 para R$ 60,00 a saca, valorização de 33,3%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado passou de R$ 43,00 para R$ 55,00 a saca no comparativo de agosto contra julho (+27,9%).

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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