Mesmo com queda do dólar, segue atrativo exportar algodão – Live SAFRAS

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     Porto Alegre, 5 de junho de 2019 – O Brasil segue competitivo no mercado exportador, apesar da recente queda acentuada do dólar. A afirmação foi dada pelo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, durante a Live de SAFRAS desta sexta-feira no Instagram. Hoje, por exemplo, a moeda norte-americana está caindo cerca de 3%, cotada a R$ 4,97. “Fazendo a conversão, nosso produto ainda está 11% mais barato do que o norte-americano”, exemplifica.

     Porém, Bento frisa que o dólar abaixo de R$ 4,50 faz o Brasil perder competitividade internacional. “Com um dólar a R$ 4,00, por exemplo, nosso preço estaria 10% mais caro”, ressalta.

     Por isso, o analista destaca que o produtor deve estar atendo às boas oportunidades para negociar. “Não deve ficar só especulando”, adverte. Sobre a Bolsa de Nova York, ele acredita que a recuperação de 15% nos últimos 30 dias é exagerada. “Mesmo com problemas de clima no Texas, ainda é cedo para dizer que a safra norte-americana será afetada”, explica. “Por enquanto, espera-se uma safra cheia”, acrescenta. Neste contexto, a bolsa pode experimentar uma acomodação nos preços nos próximos dias.

     Ainda sobre os Estados Unidos, Bento lembra que a redução esperada de 9% a 12% na área do país não deve se confirmar, ficando praticamente igual à temporada passada. “Com os subsídios históricos aos produtores norte-americanos, a área não caiu”, comenta.

     Em relação ao Brasil, o analista prevê que o país pode ter uma redução da área na temporada 2020/21. Até agora, o dólar blindou o preço doméstico durante a pandemia, mas o produtor precisa ficar atento nas oscilações da moeda.

     Se o país seguir competitivo no mercado internacional, o analista acredita que as exportações para a Ásia devem ganhar fôlego a partir de agosto. “A situação do coronavírus está mais tranquila por lá, o que facilita as aquisições deles”, finaliza.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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