Mercado suíno encerra março com margens negativas ao produtor

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     Porto Alegre, 1 de abril de 2022 – O mês de março foi marcado por grandes dificuldades para o mercado brasileiro de suínos. O setor registrou margens negativas, em meio à oferta abundante frente ao potencial de demanda e ao cenário de custos de produção em patamares muito elevados.

     O analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, ressalta que na primeira quinzena de março os preços do atacado e do suíno vivo conseguiram encontrar alguma sustentação, mas em um patamar baixo. “Contudo, na segunda quinzena o quadro de excedente de oferta pesou e os preços recuaram. O desequilíbrio entre a oferta e a demanda de suínos mantém um fraco poder de barganha por parte dos suinocultores”, analisa.

     Ao longo do último mês, o grau de apreensão dos granjeiros, que já sofrem com margens deterioradas, aumentou ainda mais. “O alento é que o milho, após sofrer uma forte escalada na primeira metade do mês, passou a recuar nos últimos dez dias no Centro-Sul do país, mas não a ponto de diminuir a estrutura de custos de produção, que segue muito elevada”, pontua.

     Maia destaca que o desempenho das exportações em março até foi positivo no que tange a volumes, embora com menores valores para a tonelada embarcada. “Um fraco preço na exportação é ruim para as margens das indústrias exportadoras e acaba por afetar a dinâmica dos negócios do quilo vivo no mercado doméstico. Assim como o Brasil, a China também se depara com uma severa crise. Assim, a tendência é de que os asiáticos sigam atuando de maneira tímida nas importações ao longo dos próximos meses”, sinaliza.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou a média de preços do quilo vivo no país retrocedeu 7,23% ao longo de março, passando de R$ 5,42 para R$ 5,03. A média preços pagos pelos cortes de pernil no atacado baixou 5,26%, de R$ 9,79 para R$ 9,27. A carcaça teve declínio de 4,87% no mês, passando de R$ 8,34 para R$ 7,94.

     A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 120,00 para R$ 101,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,05. No interior do estado a cotação recuou de R$ 5,30 para R$ 4,90.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração seguiu em R$ 5,10. No interior catarinense, a cotação caiu de R$ 5,40 para R$ 4,75. No Paraná o quilo vivo baixou de R$ 5,45 para R$ 4,95 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo continuou em R$ 5,30.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande mudou de R$ 4,80 para R$ 4,60, enquanto na integração o preço prosseguiu em R$ 5,00. Em Goiânia, o preço retrocedeu de R$ 5,90 para R$ 5,30. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno passou de R$ 6,10 para R$ 5,45. No mercado independente mineiro, o preço diminuiu de R$ 6,30 para R$ 5,55. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis caiu de R$ 4,80 para R$ 4,60. Já na integração do estado o quilo vivo baixou de R$ 5,10 para R$ 5,00.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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