Porto Alegre, 27 de dezembro de 2024 – O ano de 2024 se aproxima do final sendo marcado pela correção dos preços pós pandemia no mercado internacional de milho. O consultor e analista de Safras & Mercado, Paulo Molinari, relembra que os preços atingiram valores próximos a US$ 8,00 por bushel no meio da pandemia, registrando o segundo maior patamar da história e, neste ano, se situaram ao redor de US$ 4,00 por bushel, próximo do preço mínimo de US$ 3,70 por bushel. Consequentemente, o mercado interno brasileiro também passou por correções.
Molinari explica que o câmbio esteve bem acomodado no primeiro semestre, girando ao redor de R$ 4,85 por dólar, cenário que mudou logo mais à frente com os problemas econômicos brasileiros surgindo e se acentuando. Então, quando o câmbio deu a sua disparada, o mercado interno de milho tratou de corrigir o seu preço levemente. “Não temos uma alta brusca, pois o mercado saiu de patamares entre R$ 58,00 e R$ 60,00 para valores entre R$ 75,00 a R$ 77,00, valores nada fora do comum para o mercado interno”, avalia.
Neste final de ano, o real desvalorizado, acima de R$ 6,18 por dólar, ainda ajuda nos preços das commodities brasileiras, principalmente em tempos de cotações mais baixas no exterior, como milho, soja e trigo. Para Molinari, além de favorecer as exportações, a curva cambial acelerada colabora para uma melhor formação de preços da safrinha 2025, apesar das tradings resistirem em repassar ao mercado interno uma matemática melhor no interior.
O analista ressalta o ano de 2024 também foi marcado por problemas na safrinha no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, diante da estiagem, que acabaram afetando a oferta regional. “Assim, 2024 vai encerrando com um estoque de milho ajustado, entre 8 e 9 milhões de toneladas, e dentro de uma exportação possível, variando entre 37 e 38 milhões de toneladas até o encerramento comercial, em janeiro”, afirma. Segundo ele, pode-se dizer que 2024 foi um ano que não tão ruim nem para o produtor, nem para o consumidor brasileiro.
Ritmo de comercialização praticamente parado neste final de ano
Nesta última semana de dezembro, o comportamento do mercado interno brasileiro sinalizou um ritmo de negócios praticamente parado na comercialização. Molinari explica que a logística devido a virada de ano limitou o fluxo de negócios no curto prazo, com alguns dos grandes consumidores bem-posicionados em estoques do cereal.
A entrada da safra de milho em alguns pontos no Sul do Brasil, em meados de janeiro, deixa um sentimento de que se poderá comprar milho a preços, talvez, mais baixos no primeiro bimestre para um abastecimento com uma certa tranquilidade. Mas ele ressalta que, como em todos os anos de quadro ajustado de abastecimento, o mercado interno procura atuar agressivamente para conter as expectativas, ou seja, não deixar claro que a oferta de milho será ajustada até a entrada da safrinha 2025 e que os preços não subirão. “Em meio a esta questão, a atitude de comercialização pelo produtor é a que prevalecerá no primeiro semestre de 2025, gerando altas ou não, de acordo com as necessidades de compra do mercado interno”, conclui.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Safras News
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