Porto Alegre, 1o de agosto de 2025 – O mercado internacional de açúcar teve um mês de preços mais firmes em julho, depois de cair severamente em maio e junho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), balizadora do mercado internacional, os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 31 de julho a 16,35 centavos de dólar por libra-peso, ante 16,20 centavos em 30 de junho, uma alta de 0,9%, com o mercado futuro se mantendo, mesmo assim, nos níveis mais baixos em mais de quatro anos.
A modesta recuperação em julho foi puxada pelas notícias relacionadas ao consumo, com o Paquistão buscando equilibrar o seu mercado doméstico através de importações e a Coca-Cola anunciando que passará a usar também açúcar de cana-de-açúcar na composição de seus produtos e não mais apenas o xarope de milho. Com isso, milhares de toneladas a mais de açúcar devem ser consumidas, mas mesmo assim sem poder para reequilibrar o cenário global, saturado de ofertas.
De acordo com estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 11,397 milhões de toneladas em 2025/26 (outubro-setembro) , após excedente de 5,319 milhões de toneladas em 2024/25.
O clima está favorecendo as safras de cana-de-açúcar das principais origens da Ásia e com o Brasil produzindo bastante no atual ciclo mantiveram as cotações futuras do adoçante em patamares historicamente baixos. Após chuvas abundantes, a produção bruta de açúcar da Índia (sem considerar o desvio para o etanol) deve chegar perto da marca de 35 milhões de toneladas em 2025/26, contra 29,5 milhões em 2024/25, alta de 18%. No Centro-Sul do Brasil, a produção de açúcar se recuperou na primeira quinzena de julho depois de derrapar nos últimos meses.
As usinas da região Centro-Sul processaram 49,823 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho, ante 43,41 milhões da safra 2024/2025 – o que representa aumento de 14,77%. No acumulado da safra 2025/2026 até 16 de julho, a moagem atingiu 256,14 milhões de toneladas, ante 283,36 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior – retração de 9,61%. A produção de açúcar nos primeiros quinze dias de julho totalizou 3,41 milhões de toneladas, contra 2,96 milhões no mesmo período do ano passado, crescimento de 15%. Porém, no acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a fabricação do adoçante totalizou 15,66 milhões de toneladas, contra 17,25 milhões de toneladas do ciclo anterior queda de 9,22%, segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – SAFRAS News
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