Porto Alegre, 29 de novembro de 2024 – O mercado físico brasileiro de café deve encerrar a semana com preços mais altos. A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) opera em alta, fator benéfico para as cotações domésticas. O dólar também avança frente ao real, o que deve beneficiar as negociações voltadas para as exportações.
Na quinta-feira (28), o mercado físico brasileiro de café teve um dia calmo na comercialização, sem a referência da Bolsa de Nova York, que não operou devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. Ainda assim, alguns vendedores aproveitaram os atuais níveis de preço e vieram negociar. Isso ao longo do dia fez com que alguns cafés chegassem a mexer nas bases por causa da alta do dólar, mas no final voltaram ao patamar do dia anterior.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação ficou em R$ 2.100,00/2.115,00 a saca, contra R$ 2.010,00/2.030,00 a saca anteriormente. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 2.120,00/2.125,00, no comparativo com R$ 2.010,00/2.020,00 a saca ontem.
O café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 1.740,00/1.745,00 a saca, contra R$ 1.660,00/1.670,00 anteriormente.
O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 1.755,00/1.760,00 a saca (R$ 1.680,00/1.685,00 anteriormente) e o 7/8 em R$ 1.750,00/1.755,00 (R$ 1.675,00/1.680,00 anteriormente).
SAFRA 2025 NO CERRADO MG
* As regiões produtoras de café do Cerrado Mineiro estão sofrendo as consequências de um ano de 2024 de longa estiagem, com elevado déficit hídrico e altas temperaturas. Assim, já se avalia uma perda no potencial produtivo para 2025 de mais de 50% nas regiões de sequeiro e de pelo menos 30% nas áreas irrigadas. Nos 130.000 hectares de café do cerrado mineiro, em torno de 50% das lavouras são irrigadas e 50% sequeiro. A estimativa é do presidente da Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro (Fundaccer), Francisco Sérgio de Assis.
* Francisco Sérgio de Assis destaca que houve floradas em regiões do cerrado entre 15 e 20 de outubro. “Depois disso, o café pegou muito calor. A planta já estava estressada pela falta de chuva e pegou todo esse abafamento”, salientou. Assim, não houve bom pegamento e se estimam grandes perdas produtivas para 2025. Descreve que em Monte Carmelo, foram 190 dias sem chuvas em 2024. Ele também é presidente da Monteccer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado de Monte Carmelo).
* O potencial produtivo no cerrado mineiro hoje está em torno de 8,0 milhões de sacas, aponta o dirigente da Fundaccer, que foi o colhido em 2023, aproximadamente. Porém, agora em 2024, a produção já caiu para 5,5 milhões de sacas, ficando bem aquém das expectativas, em uma safra marcada por grãos miúdos. Francisco de Assis destaca que na região do cerrado normalmente de 25% a 30% dos grãos são de peneira 17/18. Esse ano de 2024 ficaram em torno de 16% apenas.
NOVA YORK
* Os contratos com entrega em março/25 registram alta de 0,80% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 325,65 centavos de dólar por libra-peso.
CÂMBIO
* O dólar comercial registra alta de 0,56% a R$ 6,0242. O Dollar Index registra baixa de 0,10% a 105,94 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, +0,93%. Japão, -0,37%.
* As principais bolsas na Europa operam em alta. Paris. +0,21%. Frankfurt. +0,46%. Londres. +0,04%.
* O petróleo opera em baixa. Janeiro do WTI em NY: US$ 68,59 o barril (-0,20%).
AGENDA
– EUA: Os mercados fecham às 15h após o feriado de Ação de Graças.
– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 10h30.
– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.
Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News
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