Mercado de milho pode ter viés de baixa no Brasil, avaliando cenário externo

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Porto Alegre, 13 de julho de 2023 – O mercado brasileiro de milho pode ter uma quinta-feira de viés de baixa nos preços, avaliando o cenário externo, em meio ao indicativo de aumento na safra dos Estados Unidos, conforme apontou ontem o Departamento de Agricultura do país no relatório de oferta e demanda de julho. A colheita da safrinha, em âmbito doméstico, deve trazer um ambiente de queda nos preços, favorecendo uma melhor demanda na ponta compradora. Já a Bolsa de Chicago tenta reagir após o forte tombo de ontem e opera em alta.

O mercado brasileiro de milho registrou preços fracos, de estáveis a mais baixos nesta quarta-feira. O dia foi pautado por grande expectativa em função do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As negociações estiveram travadas em grande parte do dia. O viés de momento ainda é de queda, considerando o avanço da colheita no mercado interno, somado ao ambiente externo que também tem sinalizado para grande produção nos EUA.

No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 58,00 (compra) a R$ 63,00 (venda) a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 57,50/62,00 a saca.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 50,00/53,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 51,00/54,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 54,50/56,50 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 59,00/62,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 44,00/47,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 44,00/R$ 46,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 36,00/39,00 a saca em Rondonópolis.

CONAB

A produção brasileira de milho deverá totalizar 127,767 milhões de toneladas na temporada 2022/23, com avanço de 12,9% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 113,130 milhões de toneladas. A projeção faz parte do décimo levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A Conab trabalha com uma área de 22,156 milhões de hectares de milho, com alta de 2,7% sobre o ano anterior, de 21,580 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 5.767 quilos por hectare, com ganho de 10% sobre a temporada anterior, de 5.242 quilos por hectare.

A primeira safra de milho deverá totalizar produção de 27,076 milhões de toneladas, com alta de 8,2% sobre a temporada anterior, quando foram colhidas 25,026 milhões de toneladas.

A segunda safra, ou safrinha, está estimada em 98,043 milhões de toneladas, 14,1% acima das 85,892 milhões de toneladas colhidas no ano passado. A terceira safra está estimada em 2,373 milhões de toneladas, alta de 7,3% sobre a temporada anterior, de 2,211 milhões de toneladas.

CHICAGO

* Os contratos com vencimento em dezembro de 2023 operam cotados a US$ 4,86 3/4 por bushel, alta de 3,00 centavos de dólar por bushel ou 0,62% em relação ao fechamento anterior.

* O mercado busca uma recuperação após as fortes perdas da quarta-feira, quando caiu mais de 3% devido ao relatório baixista de oferta e demanda de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

* A queda significativa do dólar frente a outras moedas abre espaço para a correção, pois deixa o produto norte-americano mais competitivo no cenário exportador. As bolsas de valores internacionais sobem, completando o tom favorável ao avanço das cotações.

* Além disso, hoje, às 9h30 (horário de Brasília), saem as exportações semanais do país. Analistas esperam vendas entre 100 mil e 800 mil toneladas.

* Os Estados Unidos deverão colher 15,320 bilhões de bushels na temporada 2023/24, acima dos 15,265 bilhões indicados em junho. O mercado trabalhava com uma estimativa de produção de 15,149 bilhões de bushels. A produtividade média em 2023/24 deve atingir 177,5 bushels por acres, abaixo dos 181,5 bushels por acres apontados no mês passado, mas acima dos 175,8 bushels por acre esperados pelo mercado. A área a ser plantada deve ficar em 94,1 milhões de acres, contra os 92 milhões de acres indicados em junho. A área a ser colhida foi prevista em 86,3 milhões de acres, frente aos 84,1 milhões de acres indicados no mês passado.

* Os estoques finais de passagem da safra 2023/24 foram estimados em 2,262 bilhões de bushels, acima dos 2,257 bilhões de bushels previstos no mês passado e dos 2,166 bilhões de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2023/24 foram indicadas em 2,100 bilhões de bushels, sem alterações frente a relatório de junho. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,300 bilhões de bushels, similar ao indicado no mês passado.

* Os estoques finais de passagem da safra 2022/23 foram estimados em 1,402 bilhão de bushels, abaixo dos 1,452 bilhão de bushels indicados em junho e dos 1,406 bilhão de bushels previstos pelo mercado. As exportações em 2022/23 foram reduzidas de 1,725 bilhão de bushels para 1,650 bilhão de bushels. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,225 bilhões de bushels, contra os 5,250 bilhões previstos em junho.

* A safra global 2023/24 foi projetada em 1.224,47 milhão de toneladas, contra as 1.222,77 milhão de toneladas indicadas em junho. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2023/24 em 314,12 milhões de toneladas, à frente das 313,98 milhões de toneladas indicadas no mês passado e das 312,4 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

* Ontem (12), os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 4,76 1/4 por bushel, recuo de 18,25 centavos de dólar, ou 3,69%, em relação ao fechamento anterior. A posição dezembro fechou a sessão a US$ 4,83 3/4 por bushel, baixa de 17,75 centavos de dólar, ou 3,53, em relação ao fechamento anterior.

CÂMBIO

* O dólar comercial opera com baixa de 0,22% a R$ 4,8080. O Dollar Index recua 0,33% a 100,19 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia fecharam em alta. Xangai, +1,26%; Tóquio, +1,49%.

* As principais bolsas na Europa operam firmes. Paris, +0,80%; Frankfurt, +0,61%; Londres, +0,33%.

* O petróleo registra perdas. O WTI para agosto cai 0,13% para US$ 75,65 o barril.

AGENDA

– EUA: O índice de preços ao produtor de junho será publicado às 9h30 pelo departamento do Trabalho.

– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30.

– Dados sobre o desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (14/07)

– Eurozona: O saldo da balança comercial de maio será divulgado às 6h pela Eurostat.

– Intenção de plantio de SAFRAS & Mercado para 2023/24, às 12h.

– O Imea divulga relatório sobre a evolução das lavouras no Mato Grosso.

Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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