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Mercado de café agitado e preocupado com tarifa de 50% de Trump nas importações do Brasil

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Porto Alegre, 11 de julho de 2025 – O mercado teve uma semana agitada e de grandes preocupações com o anúncio da tarifa de 50% que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite da quarta-feira, dia 09, sobre os produtos importados do Brasil, que entra em vigor a partir de 01 de agosto. O café é dos principais produtos afetados. Os EUA são os maiores consumidores da bebida no mundo, consumindo mais de 24 milhões de sacas ao ano, e o principal destino dos embarques brasileiros do grão. O Brasil tem mais de 30% do market share do país.

 

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os Estados Unidos lideram o ranking das exportações brasileiras de café no acumulado de 2025, com a importação de 2,874 milhões de sacas até o fim de maio. Esse montante corresponde a 17,1% do total remetido pelo Brasil ao exterior e implica queda de 17,4% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Ano passado os EUA importaram mais de 8 milhões de sacas do Brasil no total.

 

Inicialmente, houve impacto de alta para o arábica na Bolsa de Nova York especialmente, com preocupações com o fluxo dos embarques para os Estados Unidos. O robusta/conilon em Londres até teve queda nas cotações fortemente na quinta-feira porque os EUA não são importadores do conilon brasileiro em volume e o cenário de oferta global é mais confortável para o robusta.

 

Na avaliação inicial, o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, aponta que o Brasil pode colocar o café que não irá para os EUA em outros mercados, mas vai ser preciso um reajuste grande para as exportações do país. “Em todo o caso, os EUA vão precisar de café do Brasil. Dado a participação do Brasil, não vão conseguir deixar de comprar o grão brasileiro. Mas haverá redução”, avalia.

 

Barabach indica que tem que ser avaliado se os nossos concorrentes não vão ser taxados também. Lembra que o Vietnã, por exemplo, é taxado em 20%, embora seja o café robusta, enquanto o Brasil exporta mais o arábica aos EUA. “Enfim, deve mexer e afetar o fluxo de vendas do Brasil para os EUA. Mas ainda é cedo para entender a dimensão dessa decisão. Claro que ela é ruim para a exportações de café do Brasil para os EUA”, coloca.

 

“Nós temos a esperança de que o bom senso prevaleça para a previsibilidade de mercado, porque nós sabemos que quem vai ser onerado é o consumidor norte-americano”. A avaliação partiu do diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos.

 

Ele ressalta que é importante contextualizar que essa é uma notícia muito dura para o país e é preciso trabalhar numa agenda de negociação. “Impacta todo nosso país, todos os produtos que são exportados aos Estados Unidos e gera muitos custos para os consumidores americanos. São prejuízos para nossas empresas e mais custos e mais inflação para os consumidores norte-americanos”, aponta o diretor do Cecafé.

 

“O Brasil tem que negociar. Já vimos diferentes anúncios feitos por Trump que foram alterados, seja na data ou no valor das tarifas. Vimos a situação do Vietnã, que tinha tarifa de 42% e caiu para 20%. Temos a Indonésia, com 32%, Nicarágua com 18%, e vários países com 10%, incluindo o Brasil que ali estava. Esse salto para 50% gera preocupações, temos que ter os melhores negociadores, tratar esse assunto de uma forma pragmática que gere benefícios no fluxo do comércio”, defende.

 

Para Matos, é importante vermos os casos que tivemos recentes, como o acordo com México e Canadá, e todas essas mudanças de entendimentos. “É isso que precisa ser feito nesse momento. E o trabalho com a NCA, nos bastidores, com o governo de Washington, demonstrando os efeitos positivos, buscando esse entendimento, está sendo liderado pelo Cecafé no Brasil e vamos ajudar o governo brasileiro a criar essas conexões e consequentemente uma agenda positiva para reduzir todos esses impactos”, destacou o diretor do Cecafé.

 

O fato apontado é que essa tarifação de 50% gera impacto para as exportações brasileiras se for mantida. “É ruim para o fluxo do comércio, é ruim para a indústria, é ruim para o desenvolvimento dos países, produtores e consumidores. Portanto, estamos na agenda, nessa agenda positiva, esperançosos de que nós tenhamos uma condição muito mais apropriada e adequada para o comércio de café do Brasil para os Estados Unidos”, conclui Matos.

 

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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência Safras News

 

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