Mercado de boi registra preços acomodados no Brasil

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Porto Alegre, 7 de outubro de 2022 – O mercado brasileiro de boi gordo voltou a operar com preços acomodados no decorrer da semana. O destaque ficou com as exportações, que atingiram volumes muito positivos em setembro. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, os frigoríficos ainda desfrutam de uma posição confortável em suas escalas de abate.

Iglesias disse que no Centro-Norte o quadro é de maior conforto, com algumas tentativas de compra de bovinos abaixo da referência média, principalmente no Mato Grosso. “Por outro lado, a rentabilidade média dos confinadores é preocupante neste momento em um ambiente ainda pautado por custos elevados, principalmente no que diz respeito a nutrição animal. A demanda relacionada ao último bimestre é fator importante para justificar a recuperação dos preços da arroba” afirma.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 5 de outubro:

* São Paulo (Capital) – R$ 290,00 a arroba, estável em relação à semana passada.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 285,00 a arroba, mesmo valor praticado na semana passada.

* Goiás (Goiânia) – R$ 260,00 a arroba, inalterado em relação à semana anterior.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 265,00 estável em relação à última semana.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 260,00 a arroba, queda de 0,76% frente aos R$ 262,00 a arroba da semana passada.

 Preços recuam no atacado, mas perspectiva é de recuperação no curto prazo

O mercado atacadista apresentou preços mais baixos no atacado ao longo da semana, muito embora o ambiente de negócios volte a sugerir alguma alta de preços no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre o atacado e o varejo.

Conforme Iglesias, a demanda aquecida durante o último bimestre é outro elemento a ser considerado como potencial motivador para alta dos preços das carnes. O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 20,85, por quilo. Ponta de agulha permanece no patamar de R$ 15,55. Quarto dianteiro segue cotado a R$ 15,60, por quilo.

O quarto traseiro bovino foi cotado ontem (6) por R$ 20,85 o quilo, baixa de 0,71% frente aos R$ 21,00 por quilo praticados na semana passada. Já o quarto de dianteiro foi cotado a R$ 15,60 por quilo, retração de 3,11% ante os R$ 16,10 registrados na última semana.

Exportações

As exportações totais de carne bovina em setembro, bateram o seu recorde mensal com a China ainda ampliando suas importações devido ao feriado da Golden Week, ou Semana Dourada, quando acontecem comemorações durante os dias 1o e 7 de outubro, para celebrar a fundação da República Popular da China e também pela elevação dos estoques para as comemorações do Ano Novo Lunar no início do ano que vem.

Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compila os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, a China comprou 137.723 toneladas em setembro, ampliando o recorde de agosto que foi de 131.884 toneladas e elevando sua participação na movimentação brasileira do produto para 52,8% contra 47,5%. Com isso, a exportação total brasileira atingiu 231.446 toneladas em setembro, contra 218. 510 toneladas no mesmo mês do ano passado, crescimento de 6%. A receita, em relação a agosto de 2021, passou de US$ 1,197 bilhão para US$ 1,323 bilhão neste ano, aumento de 10,5%.

No acumulado do ano, as exportações caminham para o maior volume já movimentado pelo país e também de sua maior receita. Até setembro, o Brasil já movimentou 1.751.227 toneladas contra 1.502.169 toneladas no mesmo período do ano passado. A entrada de divisas correspondente foi de US$ 7,467 bilhões em 2021 para US$ 10,146 bilhões em 2022, num crescimento de 36%.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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