Mercado de boi mantém cenário baixista com boa disponibilidade de oferta

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Porto Alegre, 26 de maio de 2023 – O mercado físico do boi gordo apresentou preços de estáveis a mais baixos durante a semana, ainda influenciado pelo bom volume de ofertas de animais na região Norte do Brasil.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, a boa oferta de carne bovina e de outros derivados de abate segue exercendo pressão sobre as demais regiões do país. “Muitas indústrias alegam contar com grande volume de produto estocado, mantendo escalas alongadas, o que reduz o ímpeto na compra de gado. Soma-se a isso a dificuldade de retenção por parte do pecuarista, em um momento de perda de qualidade do pasto, o que resulta no ápice de oferta de animais de safra”, avalia.

Para Iglesias, a recuperação dos preços do boi gordo tende a acontecer apenas no período de transição entre a safra e a entressafra. “Mesmo assim, não se deve aguardar movimentos explosivos de alta sem que haja um novo elemento de demanda que justifique esse tipo de comportamento dos preços”, analisa.

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo ficou em R$ 255,00 no dia 25, sem mudanças ante a semana anterior. Em Dourados (MS), a arroba seguiu em R$ 235,00. Em Cuiabá (MT), a arroba recuou 0,43%, de R$ 235,00 para R$ 234,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 245,00 por arroba, sem mudanças frente à semana passada. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 225,00, queda de R$ 2,17% frente aos R$ 230 praticados para a arroba do boi gordo a prazo na última semana.

Preços dos cortes seguem sem poder de reação no atacado

O mercado atacadista apresentou preços acomodados ao longo da semana. Para Iglesias, a expectativa ainda é de alguma queda das cotações no curto prazo, em linha com a reposição mais lenta entre o atacado e o varejo durante a segunda quinzena do mês, período pautado por menor apelo ao consumo.

O analista entende que, na primeira quinzena de junho, com a entrada dos salários na economia, pode haver alguma alteração nos preços. “O quarto do traseiro permaneceu cotado a R$ 18,50, por quilo e o quarto do dianteiro seguiu no patamar de R$ 13,80, por quilo”, detalha.

Volume exportado reage ao longo de maio

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 578,482 milhões em maio (14 dias úteis), com média diária de US$ 41,320 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 113,818 mil toneladas, com média diária de 8,129 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.082,50.

Em relação a maio de 2022, houve perda de 7,6% no valor médio diário da exportação, alta de 17,4% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 21,2% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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