Mercado de arroz enfrenta vendas estagnadas e atrasos no plantio gaúcho

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Porto Alegre, 4 de outubro de 2024 – O mercado de arroz está envolto em um cenário cada vez mais complexo e desafiador, com elementos tanto baixistas quanto altistas atuando simultaneamente, mantendo os preços lateralizados.

Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, os orizicultores gaúchos, especialmente na Fronteira Oeste, mantêm uma postura cautelosa. “A falta de disposição para vendas reflete a expectativa dos produtores de que os preços possam se firmar no curto prazo, resultando em uma liquidez muito baixa no mercado interno”, explica.

O consumo segue lento, com agentes reportando muita dificuldade nas vendas. “Este comportamento é agravado pela crise das apostas online, que está impactando negativamente o varejo nacional, afetando a demanda de bens de consumo, incluindo alimentos como o arroz e o feijão”, pondera Oliveira.

Marcas de combate têm reduzido ainda mais os preços para tentar movimentar estoques, enquanto as marcas tradicionais estão com vendas estagnadas. “O mercado asiático registrou nesta semana a maior queda nas cotações em quase 20 anos, após a Índia retirar restrições à exportação”, destaca o consultor. “Com a baixa disponibilidade interna no Brasil, esta forte retração internacional pode ser um incentivo para a importação de arroz, particularmente da Tailândia”, acredita.

No Rio Grande do Sul, o plantio está avançando de forma desigual e atinge cerca de 9,5% da área estimada para o estado, conforme apontado pelo Irga. A Fronteira Oeste já concluiu aproximadamente 30% dos trabalhos, mas a Zona Sul segue sob vigilância, ainda sem iniciar o plantio devido ao clima adverso. “O atraso na semeadura pode resultar em perdas, caso o plantio fique fora da janela ideal”, lembra o analista.

A média da saca de 50 quilos de arroz em casca gaúcha, principal referencial nacional, encerrou a quinta-feira (3) cotada a R$ 119,63, alta de 0,42% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia um avanço de 1,31%. E um aumento de 16,61% quando comparado ao mesmo período de 2023.

Rodrigo Ramos/ Agência Safras News

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