Porto Alegre, 18 de março de 2022 – O mercado brasileiro de algodão encerra a terceira semana de março com preços estáveis. Mas os valores seguem menos competitivos em relação à Bolsa de Nova York. Na média no CIF do polo industrial de São Paulo, a pluma valia R$ 6,95 por libra-peso no dia 17, mesmo valor registrado no dia 10. Em relação ao mesmo período do mês anterior, também havia estabilidade. Na comparação com o ano passado, ainda tinha alta de 42,42%, quando era cotada a R$ 4,88/lb.
Já no FOB exportação do porto de Santos/SP, a fibra nacional era cotada a 142,52 centavos de dólar por libra-peso. Representava um valor 16,96% superior frente ao contrato maio/22, de maior liquidez na ICE US. Há uma semana, era de 18,1% mais alto. Há um mês, era de 17,9% superior.
Em fevereiro, o Brasil exportou 166 mil t de pluma, recuo de 29,14% ante o mesmo período de 2021. Os principais compradores da fibra foram o Vietnã, a Turquia e a China, que participaram com 20,79%, 19,75% e 14,52% do volume exportado no mês, respectivamente. O cenário de redução nos envios nesta safra já era aguardado pelo mercado – devido à menor produção no país. Por outro lado, o que vem chamando a atenção é a menor participação da China. Para se ter uma ideia, no acumulado da safra (ago. 21 a fev. 22) o país, até o momento, comprou apenas 408 mil t de pluma, queda de 43,16% em relação ao total enviado no mesmo período analisado (ago. 20 a fev. 21).
Já o Mato Grosso participou com 81,88% do escoamento nacional, exportando 136,64 mil t, recuo de 21,90% ante ao mesmo período de 2021. Por fim, mesmo com o ritmo aquém neste ano devido a menor produção, os problemas logísticos continuam sendo um ponto de atenção para o país, principalmente para o segundo semestre do ano – em que o fluxo de exportação de pluma aumenta nos portos.
As exportações brasileiras de algodão bruto somaram 90,610 mil toneladas até a segunda semana de março (8 dias úteis), com média diária de 11,326 mil toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 176,947 milhões, com média diária de US$ 22,118 milhões. As informações são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Em relação à igual período do ano anterior, houve avanço de 17,3% no volume diário exportado (9,657 mil toneladas diárias em março de 2021). Já a receita diária teve acréscimo de 37,1% (US$ 16,131 milhões diários em março de 2021).
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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