Mercado de açúcar registra forte recuperação em abril com seca no Brasil

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    Porto Alegre, 30 de abril de 2021 – Os preços internacionais do açúcar se recuperaram com força em abril, após a queda registrada em março, puxados principalmente por conta das preocupações com a safra brasileira 2021/22.

    Os contratos com entrega em julho do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 29 de abril a 16,93 centavos de dólar por libra-peso, alta de 14,6% em relação à última cotação de março (14,77 centavos de dólar por libra-peso no dia 31) e alcançando máximas de dois meses. Já os contratos do açúcar branco da ICE Futures Europe (Bolsa de Londres) com vencimento em agosto mês fecharam a sessão de 29 de abril cotados a US$ 453,20 por tonelada, acumulando alta de 8,6% no mesmo período.

     De acordo com analistas, as altas foram sustentadas por preocupações com o clima seco no Brasil que deve afetar a produtividade dos canaviais na safra 2021/22.

    No Centro-Sul do Brasil, a primeira quinzena da safra 2021/2022 foi marcada pelo ritmo mais lento da produção em relação ao ciclo anterior. Ao todo, foram processadas 15,63 milhões de toneladas de cana na primeira quinzena de abril, ante 22,5 milhões no mesmo período da safra 2020/2021 (-30,57%). A produção de açúcar totalizou 624,1 mil toneladas (-35,75%). Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), essa queda se deve ao menor número de unidades produtoras em operação neste início de safra. Nos primeiros quinze dias de abril, 147 unidades estavam operando.

  Além da redução na moagem, o início da safra 2021/2022 registrou uma piora na qualidade da matéria-prima. O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na primeira quinzena de abril atingiu 108,73 kg de ATR /tonelada de cana-de-açúcar, contra 112,81 kg por tonelada na safra 2020/2021 (-3,62%).

   O clima mais seco tem favorecido a colheita da cana, mas o menor número de unidades produtoras em operação não permitiu uma moagem no mesmo ritmo observado no início da safra passada. O longo período de chuvas abaixo da média histórica tem prejudicado o desenvolvimento na lavoura e criou estímulos para que as usinas começassem a safra mais tarde neste ano.

      Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS  

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