Porto Alegre, 9 de setembro de 2021 – O mercado brasileiro de milho deve manter um cenário de lentidão nos negócios nesta quinta-feira. As atenções seguem com os bloqueios por parte de caminhoneiros em rodovias federais, o que pode prejudicar a logística de transporte do cereal. A Bolsa de Chicago estende as perdas da última sessão, em compasso de espera para o relatório de oferta e demanda de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que será divulgado amanhã.
Ontem (8), o mercado brasileiro de milho retorna do feriado sem grandes novidades em torno de preços, que permaneceram pouco alteradas. As negociações aconteceram em ritmo bastante lento. “A logística se torna uma preocupação adicional em meio aos bloqueios em algumas rodovias federais. Por ora, produtos perecíveis e veículos de passeio circulam normalmente”, avalia o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
No Porto de Santos, o preço ficou na faixa de R$ 75,00 a R$ 93,00 a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 75,00/93,00.
No Paraná, a cotação ficou em R$ 93,00/95,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 88,00/90,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 91,00/93,00 a saca.
No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 96,00/98,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 94,00/96,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 85,00/R$ 90,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 80,00/84,00 a saca em Rondonópolis.
CONAB
* A produção brasileira de milho deverá totalizar 85,749 milhões de toneladas na temporada 2020/21, com recuo de 16,4% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 102,586 milhões de toneladas. A projeção faz parte do décimo segundo levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
* Em agosto, a Conab indicava produção de 86,650 milhões de toneladas. A revisão para baixo entre uma estimativa e outra ficou em 1,0% e se deve aos problemas climáticos registrados na segunda safra de milho.
* A Conab trabalha com uma área de 19,867 milhões de hectares, com alta de 7,2% sobre o ano anterior, quando foram cultivados 18,527 milhões de hectares. Em agosto, a previsão era de 19,823 milhões de hectares.
* A produtividade está estimada em 4.316 quilos por hectare, com baixa de 22,1% sobre a temporada anterior, quando o rendimento ficou em 5.537 quilos. Em agosto, a previsão era de 4.371 quilos.
* A primeira safra de milho deverá totalizar produção de 24,744 milhões de toneladas, com queda de 3,7% sobre a temporada anterior, quando foram colhidas 25,689 milhões de toneladas. Em agosto, a Conab indicava safra de 24,898 milhões de toneladas.
* A segunda safra, ou safrinha, está estimada em 59,471 milhões de toneladas, 1,4% abaixo das 60,322 milhões de toneladas indicadas em agosto. A Conab espera um recuo de 20,8 sobre o total colhido no ano passado, de 75,053 milhões de toneladas. A terceira safra está estimada em 1,533 milhão de toneladas, queda de 16,8% sobre a temporada anterior, de 1,843 milhão de toneladas e 7,2% maior ao volume estimado no mês passado, de 1,430 milhão de toneladas.
CHICAGO
* Os contratos com entrega em dezembro de 2021 operam com baixa de 4,00 centavos, ou 0,78%, em relação ao fechamento anterior, cotada a US$ 5,06 1/4 por bushel.
* O cereal é pressionado pelos problemas de logística causados pelo Furacão Ida em terminais de exportação do Golfo dos Estados Unidos. Os investidores também se posicionam frente ao relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que será divulgado nesta sexta-feira.
* Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o Departamento irá elevar a estimativa de produção dos Estados Unidos para 14,897 bilhões de bushels em 2021/22, ante os 14,750 bilhões de bushels projetados no mês passado. O volume ainda será maior frente aos 14,182 bilhões de bushels colhidos em 2020/21. A produtividade média do milho estadunidense em 2021/22 deverá ser ampliada para 175,5 bushels por acre, contra os 174,6 bushels indicados em agosto, mas acima dos 172 bushels por acre obtidos na safra 2020/21.
* Os estoques finais de passagem da safra 2021/22 norte-americana devem ser indicados em 1,329 bilhão de bushels, acima dos 1,242 bilhão de bushels indicados em julho. Para a safra 2020/21, os estoques finais de passagem devem ser elevados de 1,117 bilhão de bushels para 1,159 bilhão de bushels.
* Para a safra global 2021/22, os estoques finais de passagem devem ser indicados em 285,7 milhões de toneladas, superando as 284,6 milhões de toneladas previstas em agosto. A previsão é de que os estoques finais de passagem da safra mundial 2020/21 sejam apontados em 281 milhões de toneladas, à frente das 280,8 milhões de toneladas indicadas no mês passado.
* Ontem (8), os contratos de milho com entrega em dezembro fecharam a US$ 5,10 1/4 por bushel, baixa de 0,50 centavo de dólar, ou 0,09%, em relação ao fechamento
anterior.
CÂMBIO
*O dólar comercial registra baixa de 003% a R$ 5,323. O Dollar Index registra baixa de 0,18% a 92,49 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, +0,49%. Tóquio, -0,57%.
* As principais bolsas na Europa registram índices mistos. Paris, +0,15%. Londres, -0,98%.
* O petróleo opera em baixa. Outubro do WTI em NY: US$ 69,15 o barril (-0,24%).
AGENDA
– A posição dos estoques de petróleo dos EUA até sexta-feira da semana passada será publicada às 12hs pelo Departamento de Energia (DoE).
– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.
– Dados das lavouras no Rio Grande do Sul – Emater, na parte da tarde.
—–Sexta-feira (10/09)
– Alemanha: A versão revisada do índice de preços ao consumidor de agosto será publicada às 3h pelo Destatis.
– Reino Unido: A balança comercial de julho será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: A produção industrial de julho será publicada às 5h30 pelo departamento de estatísticas.
– Abates trimestrais da pecuária brasileira – IBGE, 9hs.
– EUA: O índice de preços ao produtor de agosto será publicado às 9h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 9h30min.
– Atualização da evolução das lavouras argentinas e levantamento mensal – Ministério da Agricultura, na parte da manhã.
– Relatório de setembro de oferta e demanda mundial e norte-americana de grãos – USDA, 13hs.
– Dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso – IMEA, na parte da tarde.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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