Porto Alegre, 13 de janeiro de 2025 – O mercado brasileiro de milho deve iniciar a semana com firmeza nas cotações, diante do avanço da colheita no país e pela recente alta nos preços dos portos, após o relatório do USDA de sexta-feira (10). A Bolsa de Chicago opera em alta, o que pode influenciar ainda mais as negociações nos portos. Contudo, o recuo do dólar frente ao real pode conter este movimento.
O mercado brasileiro de milho registrou preços firmes nesta sexta-feira, com agitação por conta do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado nesta sexta-feira. O USDA trouxe números altistas para as cotações mundiais, cortando estimativa de produção e estoques americanos e mundiais.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Paulo Molinari, o relatório agitou o mercado na exportação, com destaque para negócios via Porto de Rio Grande para fevereiro até R$ 80,00 a saca. Para Molinari, o mercado está mais condicionado agora a ter preços mais sustentados daqui para a frente mesmo com a colheita no Brasil. Observa que o relatório puxa preços em Chicago, sustenta cotações nos portos e no mercado interno.
No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 78,00/79,00 (compra/venda) a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 79,00/80,00 (compra/venda) a saca.
No Paraná, a cotação ficou em R$ 69,00/71,00 (compra/venda) a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 73,00/75,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 76,00/78,00 a saca.
No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 72,00/73,50 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 68,00/69,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 66,00/67,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 64,00/66,00 a saca em Rondonópolis.
CHICAGO
* Os contratos com vencimento em março operam cotados a US$ 4,74 1/2 por bushel, alta de 4,00 centavos de dólar, ou 0,85%, em relação ao fechamento anterior.
* O mercado prolonga os ganhos do último pregão, ainda repercutindo os dados do relatório de oferta e demanda de janeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na sexta-feira. Os preços do cereal alcançaram o maior patamar desde maio de 2024, impulsionados pelos cortes nas estimativas de safra e estoques finais dos EUA e globais.
* Os Estados Unidos deverão colher 14,867 bilhões de bushels na temporada 2024/25, abaixo dos 15,143 bilhões de bushels indicados em dezembro. O mercado trabalhava com uma expectativa de safra de 15,092 bilhões de bushels. A produtividade média em 2024/25 deve atingir 179,3 bushels por acres, inferior aos 183,1 bushels por acre indicados no mês passado, enquanto o mercado previa um rendimento de 182,6 bushels por acre. A área a ser plantada deve ficar em 90,6 milhões de acres, inferior aos 90,7 milhões de acres indicados em dezembro. A área a ser colhida foi prevista em 82,6 milhões de acres, abaixo dos 87,6 milhões de acres previstos em dezembro e similar a esperada pelo mercado.
* Os estoques finais de passagem da safra 2024/25 foram estimados em 1,54 bilhão de bushels, abaixo do volume de 1,738 bilhão de bushels indicado em dezembro e dos 1,678 bilhão de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2024/25 foram indicadas em 2,45 bilhões de bushels, abaixo dos 2,475 bilhões de bushels apontados no mês passado. O uso de milho para a produção de etanol foi indicado em 5,5 bilhões de bushels, sem mudanças ante dezembro.
* A safra global 2024/25 foi projetada em 1.214,35 milhão de toneladas, abaixo das 1.217,89 milhão de toneladas indicadas em dezembro. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2024/25 em 293,34 milhões de toneladas, ante as 296,44 milhões de toneladas indicadas em dezembro e abaixo das 295 milhões de toneladas previstas pelo mercado.
* Na sexta-feira (10), os contratos de milho com entrega em março de 2025 fecharam a US$ 4,70 1/2 por bushel, alta de 14,50 centavos de dólar, ou 3,17%, em relação ao fechamento anterior. A posição maio de 2025 fechou a sessão a US$ 4,79 1/2 por bushel, avanço de 15,00 centavos de dólar, ou 3,22%, em relação ao fechamento anterior.
CÂMBIO
* O dólar comercial opera com baixa de 0,09%, a R$ 6,0967. Dollar Index registra valorização de 0,34% a 110,02 pontos.
INDICADORES FINANCEIROS
* As principais bolsas da Ásia encerraram fracas. Xangai, -0,24%. Japão, feriado.
* As principais bolsas na Europa operam com índices baixos. Paris, -1,04%. Frankfurt, -0,41%. Londres, -0,24%.
* O petróleo opera em alta. Fevereiro do WTI em NY: US$ 78,29 o barril (+2,24%).
AGENDA
– Inspeções de exportação semanal dos EUA – USDA, 13h.
– O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e Serviços divulga, às 15h, os dados preliminares de janeiro de 2025.
—-Terça-feira (14/01)
– Atualização da estimativa para a safra brasileira de grãos em 2024/25 – Conab, 9h.
– O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente a dezembro.
– A Anfavea divulga os números consolidados do setor automotivo em 2024, às 10h.
– EUA: O índice de preços ao produtor de dezembro será publicado às 10h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Dados sobre as lavouras do Paraná – Deral, na parte da manhã.
—–Quarta-feira (15/01)
– OPEP: O relatório mensal de petróleo será publicado pela OPEP.
– AIE: O relatório mensal de petróleo será publicado pela AIE.
– Reino Unido: A leitura do índice de preços ao consumidor de dezembro será publicada às 4h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: A leitura do índice de preços ao produtor de dezembro será publicada às 4h pelo departamento de estatísticas.
– Eurozona: A produção industrial de novembro será publicada às 7h pelo Eurostat.
– EUA: O índice de preços ao consumidor de dezembro será publicado às 10h30 pelo Departamento do Trabalho.
– Dados de esmagamento de soja dos Estados Unidos em dezembro – NOPA, 13h.
– EUA: A posição dos estoques de petróleo até sexta-feira da semana passada será publicada às 12h30 pelo Departamento de Energia (DoE).
– EUA: O Livro Bege será publicado às 16h pelo Federal Reserve.
– Cecafé divulga os dados de exportação do Brasil em dezembro e em 2024, às 16h.
– Japão: A leitura do índice de preços ao produtor de dezembro será publicada às 20h50 pelo BOJ.
—–Quinta-feira (16/01)
– OCDE: O relatório mensal sobre taxa de desemprego será publicado pela OCDE.
– Alemanha: A leitura revisada do índice de preços ao consumidor de dezembro será publicada às 4h pelo Destatis.
– Reino Unido: A leitura do PIB de novembro será publicada às 4h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: A produção industrial de novembro será publicada às 4h pelo departamento de estatísticas.
– Reino Unido: O saldo da balança comercial de novembro será publicado às 4h pelo departamento de estatísticas.
– Eurozona: O saldo da balança comercial de novembro será publicado às 7h pelo Eurostat.
– O BC divulga, às 9h, o IBC-Br referente a novembro.
– Eurozona: A ata da reunião do dia 12 de dezembro será publicada às 9h30 pelo BCE.
– Exportações semanais de grãos dos EUA – USDA, 10h30.
– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.
– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.
– Dados de desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.
– China: A leitura do PIB do quarto trimestre de 2024 será publicada às 23h pelo departamento de estatísticas.
– China: A produção industrial de dezembro será publicada às 23h pelo departamento de estatísticas.
—–Sexta-feira (17/01)
– Eurozona: A leitura revisada do índice de preços ao consumidor de dezembro será publicada às 7h pelo Eurostat.
– A FGV divulga, às 8h, o IGP-10 referente a janeiro.
– EUA: A produção industrial e capacidade utilizada de dezembro serão publicadas às 11h15 pelo FED.
– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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