Porto Alegre, 17 de janeiro de 2025 – O mercado brasileiro de arroz atravessa um período de transição marcado por cautela e baixa liquidez. Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, as indústrias permanecem abastecidas para atender demandas pontuais deste início de ano, enquanto produtores mostram pouco interesse em negociar, apostando em condições mais favoráveis e limitando as vendas a casos de necessidade imediata de liquidez.
Essa dinâmica mantém os preços relativamente estáveis, oscilando entre R$ 94,50 na Depressão Central até R$ 105,50 nas planícies, com a Fronteira Oeste se consolidando em torno de R$ 102,00 por saca.
A safra gaúcha, maior destaque na produção nacional, avança com perspectivas positivas. O desenvolvimento das lavouras é favorecido pela alta radiação solar, especialmente em áreas na fase reprodutiva.
Além do Rio Grande do Sul, regiões do Nordeste e MS enfrentem baixa umidade no solo. Chuvas recorrentes previstas para SC e PR devem beneficiar o potencial produtivo dessas regiões. No cenário nacional, iniciativas como o cultivo de arroz em áreas de sequeiro na Zona da Mata, liderado pela Emater/MG, representam esforços para diversificar a produção, fortalecer a agricultura familiar e promover o desenvolvimento econômico regional.
“Com o avanço da colheita, a oferta de arroz deve aumentar nas próximas semanas, especialmente com os primeiros cortes no Rio Grande do Sul. Esse movimento trará desafios relacionados ao equilíbrio entre oferta e demanda, colocando pressão sobre os preços, mas também criando oportunidades para o mercado interno e externo. Apesar das recentes discussões sobre as projeções, um crescimento significativo da produção nesta safra é amplamente esperado, apoiado por condições climáticas favoráveis em regiões-chave e fomento do cultivo em diversas regiões do país”, disse o analista.
A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou cotada a R$ 100,54, alta de 0,70% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado houve um recuo de 0,30% e 23,31% inferior ao mesmo período de 2023. Em Mostardas, na Planície Costeira Externa gaúcha, indicações entre R$ 99,00 e R$ 107,00 por saca de 50kg. Já em Água Boa, no estado do Mato Grosso, cotações entre R$ 112,00 e R$ 126,00 por saca de 60kg.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News
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