Porto Alegre, 9 de fevereiro de 2024 – O início da semana no mercado brasileiro de feijão foi marcado por vendedores buscando manter os preços estáveis em relação à sexta-feira anterior. Durante esse período, ocorreu um maior volume de negócios, principalmente impulsionados por compradores com necessidades imediatas.
Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gabriel Vianna, à medida que a demanda de curto prazo foi atendida, tanto as ofertas de compra quanto as de venda começaram a recuar já na segunda-feira. “Os compradores buscavam especificamente feijões com classificação de qualidade de 8,5 ou inferior, visando garantir seus estoques para o período pré-feriado de carnaval”, afirmou.
Na segunda metade da semana, os preços continuaram a cair e os compradores, em sua maioria, se afastaram do mercado. O período que antecede o carnaval geralmente resulta em uma diminuição nas negociações, que só retomam seu curso normal na semana seguinte ao feriado.
De acordo com Vianna, ao longo desta segunda semana de fevereiro, aproximadamente 25 mil sacas de feijão carioca foram disponibilizadas, resultando em pelo menos 6 mil sacas comercializadas. A oferta de feijão preto subiu frente à semana anterior, cerca de 5,6 mil sacas foram disponibilizadas durante as madrugadas, com menos de mil sacas sendo negociadas durante a semana.
“Apesar da significativa quebra na safra inicial, que, teoricamente, impulsionaria as cotações devido à redução na oferta, os produtores estão sendo pressionados a baixar seus preços. Isso ocorre porque precisam aliviar as tensões no fluxo de caixa, especialmente diante da qualidade inferior do produto”, explica o analista.
No cenário de curto prazo, as perspectivas para as cotações do feijão carioca permanecem pessimistas, com a próxima semana prevista para ser um período de escassez tanto para compradores quanto para vendedores. Enquanto isso, espera-se que o mercado de feijão preto ganhe mais destaque nesta temporada.
Produção brasileira
A produção brasileira de feijão deverá totalizar 2,973 milhões de toneladas na temporada 2023/24, um recuo de 2,1% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 3,036 milhões de toneladas. A projeção faz parte do quinto levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Conab trabalha com uma área de 2,767 milhões de hectares, uma alta de 2,5% frente à safra anterior, de 2,699 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 1.074 quilos por hectare, com perda de 4,5% sobre a temporada anterior 2022/23, de 1.125 quilos por hectare.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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