Membros do Fed consideraram pausa nos aumentos de juros devido à crise bancária

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Porto Alegre, 12 de abril de 2023 – Membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) consideraram interromper os aumentos das taxas de juros na reunião feita entre os dias 21 e 22 de março, informou a ata publicada há pouco pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Muitos desejavam que ficasse claro que a falência de dois bancos regionais não causaria maior estresse financeiro antes de continuar o ciclo de aumentos, mas mesmo assim eles concluíram que a alta inflação continuava sendo a prioridade. Além disso, os membros passam a prever uma recessão leve no final de 2023, mas uma recuperação nos próximos dois anos.

“Vários participantes consideraram se seria apropriado manter a meta estável na reunião para avaliar como os desenvolvimentos do setor financeiro podem influenciar os empréstimos e a trajetória da economia”, diz o documento.

No entanto, os membros concordaram que as ações tomadas pelos formuladores de políticas dos Estados Unidos e pelo Fed “ajudaram a acalmar condições no setor bancário e diminuíram os riscos de curto prazo para a atividade econômica e a inflação”. Assim, eles concordaram em aumentar em 0,25 ponto percentual (pp) a meta da taxa básica de juros, elevando-a para 4,75% e 5,0%.

A inflação, enquanto isso, “permaneceu bem acima da meta de longo prazo do Comitê de 2%”, e os membros “concordaram que os dados recentes sobre a inflação forneceram poucos sinais de que as pressões inflacionárias estavam diminuindo a um ritmo suficiente para retornar à inflação para 2% ao longo do tempo.”

As atas mostraram um comitê forçado pelas falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank a um debate inesperadamente complexo, mas que acabou avançando com taxas de juros mais altas.

“Alguns participantes observaram que teriam considerado um aumento de 0,5 pp na ausência dos desenvolvimentos recentes no setor bancário”, disse a ata.

“Os participantes concordaram que os desenvolvimentos bancários recentes levariam em consideração as decisões de política monetária do Comitê na medida em que esses desenvolvimentos afetassem as perspectivas de emprego e inflação e os riscos que cercam as perspectivas”.

Os formuladores de políticas na reunião de março amenizaram seu discurso severo, descartando a necessidade declarada de “aumentos contínuos” da declaração de política em favor de dizer apenas que provavelmente seria necessário “mais algum aperto”.

“Os participantes observaram que a inflação permaneceu muito alta e que o mercado de trabalho permaneceu muito apertado; como resultado, eles anteciparam que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado”, disse a ata. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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