Lula defende moeda única no Mercosul e no BRICS

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Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do 3º Congresso Nacional da Juventude do PT (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Porto Alegre, 26 de abril de 2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declaração feita após encontro com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que o Brasil está de volta ao cenário político global, não poupou críticas ao seu antecessor, condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e voltou a defender a adoção de moedas únicas para negociações comerciais no Mercosul e no BRICS. Lula também reafirmou que não pretende vender estatais.

“O Brasil voltou. Estávamos com saudade do mundo e o mundo estava com saudade do Brasil. Ficamos seis anos afastados do mundo. Não tínhamos relação com América do Sul, com a Europa, com a Ásia, com a África”, disse, criticando o protecionismo, que dificulta o avanço das transações comerciais mundiais.

“O Brasil está totalmente de volta ao cenário político global. Vou visitar todos os países que conseguirei estar”, avisou.

“Vamos recuperar o tempo perdido. Vamos investir em educação. Vamos cuidar da questão do clima com responsabilidade. Assumimos o compromisso de até 2030 chegar a desmatamento zero na Amazônia. Não queremos transformar a Amazônia no santuário da humanidade. O que nós queremos é transformar aquele território, que é soberano do Brasil, em um centro de pesquisa para que o mundo inteiro possa participar da riqueza da nossa biodiversidade e ver se podemos extrair produtos para a indústria de fármacos, para a indústria de cosméticos para gerar emprego para 25 milhões de pessoas que moram lá”.

Segundo o presidente, a agricultura brasileira pode praticamente dobrar a produção sem precisar desmatar a Amazônia, “sem precisar mexer no pantanal, sem precisar mexer na caatinga, sem precisar mexer na Mata Atlântica. Apenas recuperando as terras degradadas”.

Lula frisou que mesmo sendo o maior produtor de proteína animal, 33 milhões de pessoas passam fome no país. “Fome que tínhamos encerrado em 2012. Tudo que construímos em 12 anos, a extrema direita destruiu em 4 anos. Agora estamos reconstruindo”.

“Eu estou incomodado com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Nós brasileiros condenamos a violação territorial que a Rússia fez contra a Ucrânia”, reforçou. “Agora precisamos é fazer a guerra parar”, disse Lula, defendendo a inclusão de outros países no Conselho Permanente da ONU.

Queremos construir parcerias. Convencer empresários do Brasil e da Espanha disso, em investimentos mútuos. Nós não vamos vender nenhuma empresa. As estatais não serão vendidas para pagar dívidas”, afirmou.

O presidente defendeu a criação de uma moeda única para negociações no Mercosul e para os BRICS, como os europeus criaram o euro. “Queremos que o banco dos BRICS se transforme em um grande banco de investimento. Se for possível, maior que o Banco Mundial”.

Para o presidente, “sem dinheiro e sem crédito a economia não cresce. Ou o estado coloca dinheiro ou os empresários colocam dinheiro. Se os dois não têm, os bancos têm que oferecer. Se os privados não querem, que os públicos ofereçam”.

As informações são da Agência CMA.

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Revisão: Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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