São Paulo, SP – A Energisa divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido ajustado recorrente de R$ 440,5 milhões, alta de 32,5% em relação ao mesmo período do ano passado (2T24). No primeiro semestre, o lucro líquido ajustado recorrente foi de R$ 830,9 milhões, queda de 23,2% em comparação ao primeiro semestre de 2024 (1S24).
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recorrente foi de R$ 1,943 bilhão, alta de 21,6% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, o Ebitda ajustado recorrente foi de R$ 3,801 bilhões, queda de 0,1% em relação ao mesmo período de 2024. Esse aumento deveu-se à maior receita no segmento de distribuição de energia e à melhora do PMSO consolidado, impulsionada principalmente pela queda registrada no PMSO da transmissão e (re)energisa e pelo crescimento abaixo da inflação do PMSO do segmento de distribuição de
energia. Adicionalmente, o EBITDA foi impactado por um efeito positivo de marcação a mercado da ECOM de R$ 6,1 milhões no 2T25 e de despesas de R$ 51,8 milhões no 2T24, ambos referentes à carteira da Comercializadora.
A margem Ebitda chegou a 25,4, alta de 2,1 pontos percentuais em relação ao 2T25. No primeiro semestre, a margem Ebitda foi de 26,9%, queda de 0,7 p.p em comparação ao 1S24. A receita líquida foi de R$ 7 bilhões, alta de 14,7% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, a receita líquida foi de R$ 13,8 bilhões, alta de 8,4% em comparação ao 1S24.
O resultado financeiro representou despesa líquida de R$ 1,062 bilhão, com crescimento de 141% em relação ao 2T24, influenciado negativamente pelo efeito da marcação a mercado (MTM) das operações de opção de compra das ações da EPM e EPNE que totalizou R$ 162,7 milhões, aumento do saldo da dívida líquida em 26,5% e crescimento do custo médio da dívida líquida de 14,4% a.a. no 2T25 versus 11,27% a.a. no 2T24.
A posição consolidada de caixa, equivalentes de caixa, aplicações financeiras e créditos setoriais totalizou R$ 10,131 bilhões em 30 de junho, frente aos R$ 9,788 bilhões registrados em 31 de março de 2025. Ressaltese que os referidos saldos incluem os créditos referentes à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC) e Conta de Compensação dos Valores da Parcela A (CVA), nos montantes de R$ 945,6 milhões em junho, contra R$ 717,2 milhões em março de 2025.
Em 30 de junho de 2025, a dívida líquida ajustada pelos créditos setoriais totalizou R$ 27,646 bilhões, ante R$ 26,218 bilhões em 31 de março. Apesar do aumento nominal, o indicador de alavancagem, medido pela razão dívida líquida / EBITDA ajustado para covenants, permaneceu estável em 3,2x no comparativo trimestral.
Considerando o impacto da provisão de geração distribuída no valor total de R$ 498 milhões (sendo R$ 430,2 milhões no 4T25, R$ 41,5 milhões no 1T25 e R$ 26,2 milhões no 2T25), o EBITDA Ajustado Covenants dos últimos 12 meses alcançaria R$ 9,178 bilhões. Nesse cenário, a relação dívida líquida/EBITDA Ajustado Covenants seria de 3,0x em junho de 2025, em linha com 3,0x registrado em março de 2025.
O consumo de energia elétrica nas distribuidoras do Grupo Energisa (10.517 GWh) ficou estável no 2T25 frente ao mesmo período de 2024. Em 2 dos 3 meses do trimestre houve alta do consumo, porém a redução observada em abril/25 limitou o desempenho do trimestre, em meio às temperaturas abaixo de 2024 e o calendário de faturamento menor na maioria das empresas foi decisivo. Entretanto, quando considerado o mercado não faturado, houve evolução de 2,1% no trimestre e 1,0% no semestre em relação aos mesmos períodos do ano anterior. Na comparação com o 2T24, o indicador de Cooling Degree Days, que mede a necessidade de resfriamento, recuou 16,7%. Vale lembrar que o 2T24 havia registrado a maior taxa de crescimento do consumo em 21 anos (11,1%), em meio aos efeitos do El Niño e ondas de calor.
A companhia encerrou o trimestre com 8.882.083 unidades consumidoras, crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de consumidores cativos aumentou 2,4%, enquanto os consumidores livres tiveram uma expansão de 76,3%. O Grupo Energisa encerrou o 2T25 com um índice de perdas totais de 12,04%, representando uma redução de 0,90 p.p. em comparação ao mesmo período de 2024. O indicador do trimestre foi beneficiado por uma sazonalidade favorável, estimada em -0,12 p.p., decorrente do descompasso entre a apuração da energia requerida (compra), contabilizada em mês civil, e o mercado faturado (venda), apurado de forma calendarizada.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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