São Paulo, SP – A São Martinho divulgou o balanço do quarto trimestre de 2025 (Safra 2024/2025), com lucro líquido de R$ 105 milhões, queda de 83,3% em relação ao mesmo período da safra anterior (4T24). No acumulado da safra, o lucro líquido totalizou R$ 556,7 milhões, queda de 62,3%, reflexo do término do recebimento das parcelas do Precatório Copersucar (IAA) e do menor volume comercializado de etanol e açúcar no período.
O Ebitda ajustado foi de R$ 771,4 milhões, queda de 33,2%, com margem Ebitda Ajustado de 44,4% e R$ 3,445 bilhões no 12M25, alta de 12,2%, com margem de 47,9%. Segundo a companhia, o resultado anual reflete a expansão no acumulado da safra, decorrente da melhor performance do etanol e do reconhecimento de créditos tributários no segundo semestre, os quais compensaram parcialmente o pior desempenho do açúcar no período.
A receita líquida da São Martinho alcançou R$ 1,739 bilhão, uma redução de 28,2% comparado ao 4T24, devido, principalmente, ao menor volume comercializado de etanol (-33,6%) e à performance do açúcar, com quedas no volume (-46,4%) e preço (-4,7%), parcialmente compensados por melhores preços na venda do biocombustível (+33,2%). A menor quantidade de açúcar comercializada no trimestre decorre, predominantemente, dos impactos dos incêndios ocorridos em agosto/24, que fizeram com que grande parte dos embarques previstos para a tela de março/25 não ocorressem.
No acumulado da safra, a receita líquida somou R$ 7,199 bilhões, uma expansão de 4% em relação à safra anterior, decorrente da melhor performance do etanol com maiores volumes (+4%) e preços (+14,6%), parcialmente compensada pela menor quantidade de açúcar vendido (-9,4%), e preços em linha com a safra passada.
A São Martinho processou 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e 511,4 mil toneladas de milho na Safra 2024/25, totalizando 3,48 milhões de toneladas de ATR produzido. Neste ponto vale ressaltar a qualidade do canavial que, não fosse pelos impactos dos incêndios generalizados que devastaram cerca de 1 milhão de toneladas de cana das nossas lavouras, teria potencial para alcançar outras marcas históricas já nesta safra. Somado a isso, a companhia também destacou a consolidação da planta de etanol de milho e a conclusão do seu primeiro ano completo de operação plena, marcando o início de uma campanha de contribuições que serão fundamentais para
o atingimento dos objetivos estratégicos ao longo dos próximos anos, com diversificação de matéria-prima, ganho de eficiência e melhor rentabilidade do etanol.
Nesta safra foram comercializados cerca de 1,3 milhões de toneladas de açúcar, 1,2 bilhões de litros de etanol, 964 mil MWh de energia elétrica renovável e 136 mil de toneladas de DDGS que, combinados, somaram R$ 7,2 bilhões em receita líquida, com EBITDA Ajustado de R$ 3,45 bilhões, marcas históricas para a Companhia, que destacou ainda os impactos dos incêndios que provocaram uma deterioração do mix de produto e da qualidade da matéria-prima processada, reduzindo a margem do portfólio e eliminando cerca de R$ 250 milhões em Ebitda do resultado.
A planta de etanol de milho sustentou seu primeiro ano completo de operação plena na Safra 2024/25 alinhado aos parâmetros de projeto, principalmente na moagem diária e especificação dos coprodutos (notadamente o DDGS). Adicionalmente, houve uma redução do custo de matéria-prima e uma melhora nas condições mercadológicas do etanol na comparação com a safra anterior.
No acumulado da safra foram processadas aproximadamente 511,4 mil toneladas de milho, produzindo 212,6 mil m3 de etanol e 137,4 mil toneladas de DDGS. A operação de milho contribuiu com cerca de 370,8 mil toneladas de produto (em ATR produzido), R$ 226,6 milhões de EBITDA e R$ 189,3 milhões de EBIT ao desempenho consolidado da São Martinho.
Para a Safra 2025/26 estima-se uma performance da planta de etanol de milho com eficiências industriais em linha com o ano anterior e os parâmetros do projeto, refletindo a estabilidade e normalização das condições de operação da planta, e expansão do processamento de milho associada à maior moagem diária e mais dias efetivos de produção, resultando no processamento de 515 mil toneladas de milho e na produção de aproximadamente 217 mil metros cúbicos de etanol, com 140 mil toneladas de DDGS e 8 mil toneladas de óleo de milho. O Capex Total para Safra 2025/26 está estimado em, aproximadamente, R$ 2,3 bilhões, representando uma redução de 15,3% frente a
12M25.
Em 31 de março de 2025, a Dívida Líquida da Companhia atingiu R$ 4,9 bilhões (+48,6% vs. março/24). O maior endividamento líquido reflete o uso de caixa associado a decisões de alocação de capital ao longo da Safra 2024/25, principalmente com recompra de ações, capex de expansão e giro (estoque). O Indice de Alavancagem equivalente FECHOU O 4t25 a 1,43x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM.
GUIDANCE 2025/26
A empresa também divulgou o guidance de produção e de investimentos (capex) para a safra 2025/26. As operações de cana-de açúcar indicam um total de 3.161,1 mil toneladas de ATR a serem produzidas em 12M26 (+1,8% vs. 12M25), decorrente da expansão da moagem em 3,7% ano contra ano, totalizando 22,6 milhões de toneladas de cana processada, com ATR médio previsto de 139,9 quilos por tonelada de cana (-1,9% vs. 12M25).
A expectativa de maior processamento de cana se refere aos efeitos positivos dos investimentos, realizados após os incêndios, na recuperação do canavial para a Safra 2025/26, à recorrência das melhores práticas agrícolas associadas a investimentos consistentes em tratos culturais, manejo agrícola diferenciado e uso de variedades genéticas com melhor produtividade, contrapondo as condições climáticas adversas, com menor ocorrência de chuvas entre janeiro e maio/25, que prejudicaram as estimativas de produtividade do canavial da São Martinho e do setor para 12M26.
Para a Safra 2025/26 estima-se uma performance da planta de etanol de milho com eficiências industriais em linha com o ano anterior e os parâmetros do projeto, refletindo a estabilidade e normalização das condições de operação da planta, e expansão do processamento de milho associada à maior moagem diária e mais dias efetivos de produção, resultando no processamento de 515 mil toneladas de milho e na produção de aproximadamente 217 mil metros cúbicos de etanol, com 140 mil toneladas de DDGS e 8 mil toneladas de óleo de milho.
CAPEX
O Capex de Manutenção previsto para a Safra 2025/26 totaliza cerca de R$ 2 bilhões, uma redução de 1% frente a 12M25, que reflete uma normalização das atividades de plantio, tratos culturais e manutenção agroindustrial. Para o Capex de Melhoria Operacional estima-se um desembolso de R$ 125 milhões, representando uma expansão de 22,0% em relação a 12M25. O incremento previsto reflete o cronograma de reposições de frota agrícola e industrial.
Os investimentos em Modernização/Expansão projetados para a Safra 2025/26 contemplam uma redução de 62,5% (vs. 12M25) decorrente principalmente do cronograma de desembolso dos projetos aprovados na Safra 2024/25, totalizando R$ 200,0 milhões a serem gastos em 12M26. Tal montante inclui dispêndios residuais de projetos em fase de conclusão, incluindo o projeto de Biometano, expansão do plano de irrigação visando maior resiliência frente a condições climáticas adversas, e desembolso não-recorrente de manutenção da caldeira da Unidade Iracema devido ao incidente ocorrido em março/25, e investimentos menores que apresentam taxa de retorno
desalavancado entre 15% e 20% a.a. em média. O Capex Total para Safra 2025/26 está estimado em, aproximadamente, R$ 2,3 bilhões, representando uma redução de 15,3% frente a 12M25. O Capex Total para Safra 2025/26 está estimado em, aproximadamente, R$ 2,3 bilhões, representando uma redução de 15,3% frente a 12M25.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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