São Paulo, SP – A Klabin divulgou o balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25), com lucro líquido de R$ 585 milhões, alta de 86% em relação ao mesmo período de 2024 (2T24). No primeiro semestre (1S25), o lucro líquido foi de R$ 1 bilhão, alta de 33% em comparação ao mesmo período do ano passado (1S24).
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 2 bilhões, queda de 1% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 3,9 bilhões, alta de 5% em relação ao 1S24. Segundo a companhia, a estabilidade é reflexo do aumento da receita líquida de papéis e embalagens, impulsionada pelos aumentos de preços e pelo efeito da desvalorização do real frente ao dólar no período. Esses efeitos foram neutralizados pelo aumento no custo caixa total, conforme já detalhado anteriormente. Diante disso, a Geração de Caixa por tonelada, medida pelo Ebitda ajustado deduzido o capex de manutenção em relação ao volume vendido, foi de R$ 1.478/t no 2T25, 5% inferior ao 2T24.
A margem Ebitda ajustado chegou a 39%, queda de 2 pontos percentuais em relação ao 2T24. No primeiro semestre, a margem Ebitda ajustado foi de 39%, mesmo patamar registrado no 1S24. A receita líquida foi de R$ 5,2 bilhões, alta de 6% em relação ao 2T24. No primeiro semestre, a receita líquida foi de R$ 10,1 bilhões, alta de 8% em comparação ao 1S24.
O endividamento bruto, em 30 de junho de 2025, foi de R$ 36 bilhões, redução de R$ 900 milhões em relação ao 1T25. Esta redução é explicada, majoritariamente, pelo efeito da valorização do real frente ao dólar (-5% dólar final do período) sobre o endividamento em moeda estrangeira, sem efeito caixa material no período, e pelas iniciativas de liability management realizadas ao longo do trimestre e vencimentos e amortizações usuais. O indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA foi de 3,7x, inferior ao resultado do primeiro trimestre, que ficou em 4,0x.
No negócio de celulose, a demanda por fibras manteve-se estável ao longo do trimestre. Contudo, em meio às incertezas geopolíticas, na comparação com o primeiro trimestre deste ano, os estoques médios nos principais portos internacionais aumentaram, elevando a pressão sobre os preços. Na China, segundo o índice FOEX, os preços recuaram, em média, 6% na fibra longa e 3% na fibra curta. Já na Europa, apesar da tendência de queda ao longo do trimestre, a média de preços superou a do 1T25, com altas de 5% e 10% nas fibras longa e curta, respectivamente. Também em comparação com o 1T25, o preço médio da Klabin em dólar subiu 4%, favorecido pelo mix de vendas
e diversificação geográfica da receita. Importante destacar que o negócio de celulose da Klabin tem maior exposição ao FOEX Europa, dada sua relevância no fornecimento de fibras para esse mercado, assim como para o mercado brasileiro. Destaque para o sólido desempenho dos negócios em fibra longa/fluff, representando 29% do volume vendido e 42% da receita líquida do trimestre, com spreads elevados em relação à fibra curta.
No negócio de papéis, o volume total de vendas da Klabin foi de 345 mil toneladas, retração de 3% na comparação com o 2T24. O mercado de papel-cartão seguiu pressionado, resultando na retração de 6% no volume de vendas, que foi parcialmente compensado pelo crescimento de 3% no volume de vendas de kraftliner, demonstrando a flexibilidade de mix da Companhia. No mesmo período, o preço líquido de papéis aumentou 8% em relação a 2T24, favorecido pelos aumentos de preços de kraftliner entre os períodos e pela desvalorização do real frente ao dólar, contribuindo para o avanço de 5% na receita líquida de papéis.
Passando para o negócio de embalagens, no 2T25 o volume de expedição de papelão ondulado da Klabin, medido em m2, cresceu 6%, alcançando 430 milhões de m2, ao passo que de acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), houve retração de 0,7%, no mesmo período. O desempenho reflete a expansão da carteira de clientes estratégicos e mix de vendas para segmentos como frutas e proteínas voltados à exportação. Esse movimento foi favorecido pela melhora no nível de serviço prestado, impulsionado pelo início das operações da unidade de Piracicaba II (Projeto Figueira), em abril de 2024. Ainda em embalagens, o volume de vendas de sacos industriais do 2T25 foi 2% superior ao mesmo trimestre do ano anterior.
Esse crescimento é explicado principalmente pelo desempenho do setor de sementes, químicos e argamassa, que contribuíram para o aumento do volume de vendas no mercado interno.
O volume total de produção líquida de celulose e papéis foi de 1.107 mil de toneladas no 2T25, um crescimento de 16 mil toneladas na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A produção de celulose foi de 405 mil toneladas no 2T25, em linha com o mesmo trimestre do ano anterior. No 2T25, o volume total de vendas (ex-madeira) foi de 1.011 mil toneladas, um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
DIVIDENDOS
A companhia também informou que seu Conselho de Administração aprovou a distribuição e o pagamento de dividendos no valor de R$ 306 milhões, correspondente às ações ordinárias e preferenciais, na razão de R$ 0,05018892311/ação.
O pagamento será realizado em 19 de agosto de 2025, e os acionistas farão jus ao recebimento dos dividendos conforme suas respectivas participações no capital social da companhia no encerramento do pregão da B3 no dia 8 de agosto de 2025. As ações passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir de 11 de agosto de 2025.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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