Lucro da Vale cai 18,7% no 3T22, para US$ 4,46 bilhões, em base anual

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Porto Alegre, 28 de outubro de 2022 – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 18,7% no terceiro trimestre de 2022, para US$ 4,46 bilhões, enquanto a receita líquida encolheu 19,5%, para US$ 9,93 bilhões, em base de comparação anual, segundo o relatório de resultados da companhia divulgado na noite de quinta-feira (27).

A mineradora disse que os fatores que impactaram negativamente o lucro líquido no intervalo foram a queda do ebtida proforma e custos relacionados a descaracterização de barragens em Brumadinho. Do lado positivo, o principal impacto foi a reclassificação o de variação cambial acumulada de US$ 1,543 bilhão no patrimônio líquido devido a redução de capital de subsidiária integral no exterior, melhores resultados nas joint ventures de pelotização, MRS e VLI, entre outros fatores.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes -diminuiu 46,9%, para US$ 3,666 bilhões.

O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19, caiu 42,9%, para US$ 4 bilhões. O indicador veio US$ 1,532 bilhão abaixo do 2T22, refletindo, principalmente, a queda nos preços de minério de ferro e níquel.

O fluxo de caixa livre das operações de US$ 2,164 bilhões ficou estável em base trimestral atingindo uma conversão de caixa de 54% do EBITDA proforma, versus 41% no 2T22. A melhor conversão de caixa é explicada, principalmente, pelo impacto positivo do capital de giro no trimestre e pelo menor imposto de renda pago.

Os custos e despesas gerais da Vale cresceram 8,4%, para US$ 6,5 bilhões, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho subiram 51,4%, para US$ 280 milhões. Os investimentos da mineradora cresceram 2,6%, para US$ 1,23 bilhão.

Por área de negócio, a receita da Vale na unidade de minerais ferrosos encolheu 25,9%, para US$ 7,83 bilhões, enquanto no segmento de metais básicos o faturamento foi de US$ 1,26 bilhão, alta de 60,9%.

No trimestre, o preço médio realizado na venda de finos de minério de ferro caiu 38,7% na comparação anual, para US$ 113,30 por tonelada. O preço médio de venda de minério de ferro em pelotas caiu 21,0%, para US$ 201,30 por tonelada.

A dívida líquida expandida subiu 41,2% no 3T22, para US$ 13,3 bilhões, incluindo US$ 6,9 bilhões de dívida liquida, US$ 119 milhões em swaps cambiais, US$ 3,2 bilhões de provisões relacionadas a Brumadinho e US$ 2,9 bilhões de provisões da Samarco e Fundação Renova.

A Vale revisou o conceito de Dívida Líquida Expandida, buscando estar mais alinhada com as práticas de mercado e ter um indicador que informa melhor à gestão na tomada de decisões de alocação de capital. A Dívida Líquida Expandida revisada passa a considerar dívida líquida, arrendamento (IFRS 16) e swaps cambiais e as provisões para reparação de Brumadinho e Mariana, cujos compromissos anuais de caixa são mais concentrados nos primeiros anos.

Compromissos operacionais e regulatórios anteriormente incluídos, como o programa de renegociação fiscal do Refis e a provisão para descaracterização de barragens a montante, passaram a ser excluídos do conceito da Dívida Líquida Expandida. Espera-se que esses compromissos tenham um perfil de desembolso de caixa anual mais estável e longo. A meta de Dívida Líquida Expandida de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões permanece inalterada.

A dívida líquida expandida aumentou em US$ 797 milhões t/t, para US$ 13,284 bilhões, principalmente, devido aos US$ 3,1 bilhões pagos aos acionistas em dividendos e juros sobre capital próprio e aos US$ 686 milhões utilizados na recompra de ações da Vale. Esse aumento foi parcialmente compensado pelo efeito não caixa positivo da depreciação do BRL nas provisões de Brumadinho, Descaracterização de Barragens e Samarco & Renova.

“Nosso desempenho operacional no trimestre foi sólido em todo o nosso portfólio, com a produção de minério de ferro atingindo 90Mt e os volumes de níquel e cobre aumentando consideravelmente. Enquanto o mundo enfrenta crescentes pressões inflacionárias, continuamos focados na disciplina de custos e na melhoria da confiabilidade operacional. Em Sudbury, nossa produção de níquel atingiu o maior nível em um trimestre desde o 1T21. Também avançamos no aumento do fornecimento do nosso níquel de baixo carbono e outros minerais essenciais para a transição energética. Entregamos com sucesso a primeira fase do Projeto Copper Cliff Complex South Mine, que quase dobrará a produção na Mina de Copper Cliff. Ao cumprirmos o compromisso de descaracterizar cinco barragens este ano, alcançamos um marco importante em segurança, totalizando 12 estruturas até o momento, 40% do nosso programa. Estamos cumprindo com os nossos compromissos para uma companhia mais segura e confiável”, comentou Eduardo Bartolomeo, CEO. As informações partem da Agência CMA.

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Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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