São Paulo, 24 de abril de 2025 – O lucro líquido aos acionistas da Vale diminuiu 17,0% no primeiro trimestre, para US$ 1,39 bilhão, enquanto a receita líquida encolheu 4,0%, para US$ 8,12 bilhões.
O Lucro Líquido Proforma foi de US$ 1,5 bilhão no 1T25, 13% menor a/a, devido, em grande parte, ao menor ebitda Proforma e aos maiores impostos, relacionados ao efeito dos ativos de energia mantidos para venda. Esses efeitos foram parcialmente compensados por um impacto positivo dos resultados financeiros, impulsionado pela valorização do BRL em relação ao dólar americano, que impactou positivamente da marcação a mercado de swaps. O lucro líquido atribuído aos acionistas da Vale foi de US$ 1,4 bilhão, 17% menor a/a.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em termos ajustados – que incluem dividendos recebidos e juros de empréstimos de coligadas e joint ventures, mas excluem depreciação, exaustão e amortização e redução ao valor recuperável e baixa de ativos não circulantes – diminuiu 9%, para US$ 3,115 bilhões.
O ebitda ajustado proforma, que exclui despesas relacionadas ao desastre de Brumadinho e às doações relacionadas à covid-19, caiu 8%, para US$ 3,21 bilhões.
Os custos e despesas gerais da Vale reduziram 2%, para US$ 5,8 bilhões, enquanto as despesas relacionadas ao rompimento da barragem de Brumadinho e descaracterização de barragens subiram 137%, para US$ 97 milhões.
Os investimentos da mineradora no imobilizado e intangível recuaram 16%, para US$ 1,174 bilhão.
Por área de negócio, o EBITDA de Soluções de Minério de Ferro foi US$ 2,887 bilhões, 17% menor a/a, explicado principalmente pela queda de 16% no índice de preço do minério de ferro 62%Fe.
Em Finos de Minério de Ferro, o EBITDA diminuiu em 7% a/a, totalizando US$ 2,333 bilhões, explicado principalmente pelos menores preços realizados (US$ 568 milhões). Este efeito foi parcialmente compensado por maiores volumes de vendas (US$ 174 milhões), pelo efeito positivo da depreciação do BRL (US$ 165 milhões) e por menores custos de frete (US$ 38 milhões).
Em Pelotas de Minério de Ferro, EBITDA diminuiu em 39% a/a, totalizando US$ 536 milhões, explicado principalmente por menores preços médios realizados (US$ 243 milhões) e menores volumes de venda (US$ 168 milhões). Estes efeitos foram parcialmente compensados pelo efeito positivo da depreciação do BRL (US$ 58 milhões).
O preço médio realizado de Finos de Minério de Ferro foi US$ 90,8/t, US$ 2,2/t menor t/t, principalmente devido à menor Qualidade e Prêmios (US$ -1,3/t vs. US$ 1,0/t no 4T24), impactado pela menor disponibilidade sazonal de minérios do Sistema Norte e menores prêmios de mercado. O prêmio all-in reduziu em US$ 2,8/t t/t, totalizando US$ 1,8/t, também afetada pela redução dos prêmios de finos de minério de ferro.
O custo caixa C1, excluindo compra de terceiros, atingiu US$ 21,0/t no 1T, US$ 2,5/t menor a/a apesar dos impactos inflacionários. A redução foi impulsionada principalmente por: (i) o impacto positivo da depreciação do BRL, e (ii) o benefício de consumir estoques com custos sequencialmente menores dos trimestres anteriores, criando um efeito positivo de giro de estoque. Estes ganhos foram parcialmente compensados por (i) maiores custos de materiais, resultado da inflação e maior utilização de caminhões para movimentação de estéril no Sistema Norte devido aos maiores níveis de chuva e (ii) menor diluição de custos fixos devido a menores volumes de produção.
A Vale continua altamente confiante em atingir seu guidance de 2025 para o custo caixa C1, excluindo compras de terceiros (US$ 20,5-22,0/t).
A dívida líquida da companhia ao fim do primeiro trimestre cresceu 21%, para US$ 12,198 bilhões, o que equivale a 0,6 vez o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Vale num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 0,5 vez. O fluxo de caixa livre da mineradora encolheu 77%, para US$ 504 milhões.
“Tivemos um início de ano consistente, alinhado com nossos objetivos para 2025. Estamos vendo um bom momento na gestão de custos, com nosso C1 atingindo US$ 21/t no 1T, continuando a trajetória de queda ano a ano. Nossos projetos de geração de valor continuam a progredir, sendo elementos essenciais para aumentar a flexibilidade do nosso portfólio e melhorar a eficiência operacional e de custos”, comentou o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, no relatório trimestral.
O executivo disse que na Vale Base Metals, os benefícios das iniciativas de revisão de ativos estão surgindo e a companhia está focada na captura dos ganhos. “Além disso, temos otimizado consistentemente nosso balanço por meio de soluções asset-light, como a transação que criou a joint venture estratégica na Aliança Energia, que também nos ajudará a cumprir nossas metas de descarbonização de longo prazo.”
“O atual ambiente macroeconômico e de volatilidade do mercado reforçam a importância da nossa estratégia Vale 2030, na qual estamos construindo uma empresa ainda mais competitiva, capaz de prosperar em qualquer condição de mercado. Com essa abordagem, estou confiante de que geraremos valor significativo para todos os nossos stakeholders”, comentou o CEO da Vale.