Porto Alegre, 20 de junho de 2023 – O Grupo São Martinho divulgou hoje o balanço do quarto trimestre do ano safra 2022/23, com lucro caixa de R$ 340,6 milhões, alta de 55,5% na comparação com o quarto trimestre de 2022. No ano (12M23), o lucro caixa recuou 15,5%, chegando a R$ 1,291 bilhão.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 917,1 milhões, alta de 19% em comparação ao mesmo período do ano passado, com margem Ebitda Ajustado de 50,5%.
Para a safra 22/23, o Ebitda Ajustado resultou em R$ 3,355 bilhões (+6,8%) representando uma margem de 50,5%. O desempenho no período advém do maior preço médio de comercialização de açúcar (+27,8% e 22,6% na safra) combinado com a expansão da comercialização de etanol para mercados com maiores prêmios.
A receita líquida totalizou R$ 1,816 bilhão, representando um aumento de 22,2% em comparação ao quarto trimestre de 2022, reflexo dos maiores preços de comercialização de açúcar. No acumulado da safra 22/23, a receita líquida alcançou R$ 6,64 bilhões, uma expansão de 15,2% frente a igual período da safra anterior, decorrente do maior preço de comercialização de açúcar e expansão do volume de vendas de etanol no mercado externo ao longo da safra.
O Ebit Ajustado somou R$ 462,8 milhões (+14,4%), com margem de 25,5%. Para Safra 22/23, o indicador alcançou R$ 1,704 bilhão (-5,1%) e uma margem de 25,7%. O Fluxo de Caixa Operacional totalizou R$ 1,490 bilhão no 12M23 (-2,6% em relação ao 12M22), e o Indice de Alavancagem equivale a 1,05 x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado ao final da safra (versus 0,93x em 31/mar 2022). Em 31 de março de 2023 as fixações de preço de açúcar para a safra 23/24 totalizavam 713 mil toneladas de açúcar (65% da cana própria), a um preço de R$ 2.314/ton.
O resultado financeiro totalizou uma despesa de R$ 137,2 milhões, queda de 15,5% na comparação com o quarto trimestre de 2022, e uma despesa de R$ 882,9 milhões no acumulado da safra (+86,5% vs. 12M22). A variação das despesas ao longo da safra decorre, principalmente, da marcação a mercado dos derivativos que transformam (SWAP) a parcela da dívida em dólar e pré-fixada em indexação ao CDI.
Em março/2023 a dívida líquida da companhia era de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, alta de 20,6% em relação a março/2022. O crescimento reflete o maior capital de giro no período e os investimentos em fase de conclusão.
O capex somou R$ 788,6 milhões, queda de 10,1% na comparação anual, e R$ 2,518 bilhões nos 12 meses da safra 22/23 (+3,2% vs. 12M22), abaixo da estimativa (guidance) de R$ 2,9 bilhões divulgada em novembro de 2022.
“Conforme fato relevante publicado neste mês, R$ 400 milhões estimados para a safra 22/23 foram postergados para safra 23/24 devido às chuvas no período de plantio e cronograma de desembolso dos projetos em fase de finalização”, explicou a companhia.
De acordo com os dados de mercado para Safra 22/23, a região Centro-Sul processou cerca de 548,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, representando um aumento de aproximadamente 4,6% em relação à safra anterior – no Estado de São Paulo a expansão atingiu 5,3%.
O mix de produção para a região Centro-Sul totalizou 54,1% direcionados à produção de etanol, que somou cerca de 28,9 bilhões de litros produzidos, 4,7% superior à safra passada. Do volume de etanol produzido, cerca de 12,2 bilhões de litros foram destinados para anidro (+12,7% vis-à-vis 21/22) e 16,7 bilhões de litros para hidratado (contração de 0,6%). O mix de produção de açúcar somou cerca de 45,9%, totalizando 33,7 milhões de toneladas do produto, crescimento de 5,2% em relação à safra anterior.
GUIDANCE
A companhia divulgou as estimativas em relação a produção e o volume de cana disponível para processamento ao longo da safra 23/24. A moagem total deve chegar a 21,5 milhões de toneladas, representando um crescimento de 7,4% em relação à Safra 22/23, e um ATR médio em torno de 141,9 Kg/ton, totalizando 3.050,5 mil toneladas (8,8% vis-à-vis 12M23).
A expectativa de maior disponibilidade de matéria prima e recuperação de produtividade decorre, principalmente, de condições climatológicas normalizadas no período de entressafra (meses de outubro/22 a abril/23), investimentos (capex) em tratos culturais realizados ao longo das safras 21/22 e 22/23, e manejo agrícola diferenciado combinado ao uso de variedades genéticas com melhor produtividade. O mix de produção reflete a maior rentabilidade do açúcar em relação ao etanol.
Para o primeiro ano de operação estima-se um processamento de 420,0 mil tons de milho. A produção resultante no período deve adicionar aproximadamente 160 mil m3 de etanol, 134 mil tons de DDGS e 7 mil tons de óleo de milho à operação de cana de açúcar.
JCP
A companhia informou ainda que seu conselho de administração aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), no valor bruto de R$ 155 milhões, equivalente a R$ 0,447491795 por ação.
O montante de JCP será pago aos acionistas no próximo dia 4 de julho, sem atualização monetária, e será deduzido dos dividendos do exercício social a ser encerrado em 31 de março de 2024.
Terão direito ao recebimento de JCP os acionistas da posição acionária verificada em 22 de junho de 2023, sendo as ações negociadas de JCP a partir de 23 de junho de 2023.
As informações partem da Agência CMA.
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Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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