Leilão de importação de arroz domina atenções. Setor segue contra a operação

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Porto Alegre, 14 de junho de 2024 – As incertezas geradas por fatores extramercado seguem limitando as negociações com arroz no Brasil. “Os agentes aguardam por uma definição em relação às intervenções do Governo Federal”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.

Na terça-feira (11), o governo anulou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado após avaliar que a maioria das empresas vencedoras não tinha capacidade financeira de honrar os contratos. No anúncio do cancelamento, o governo informou que o novo edital terá a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal para que as empresas participantes sejam analisadas antes do leilão. A nova data deve ser definida até dia 21 de junho.

“Os representantes do setor orizícola seguem defendendo que não há necessidade de leilões para importar arroz com preços subsidiados para atender a demanda interna”, lembra Bento. “Dado o atual custo de produção, a entrada de arroz subsidiado tende a desestimular o produtor nacional”, acredita.

A produção nacional está estimada em 10,356 milhões de toneladas (base casca), muito próximo ao consumo de 10,400 milhões de toneladas. “Com menos de um quadrimestre da temporada 2024/25, os preços de mercado poderiam regular a balança comercial para ajustar o abastecimento nacional”, comenta o analista.

A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) fechou a quinta-feira (13) cotada a R$ 112,89, apresentando um recuo de 6,5% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma queda de 1,26%. Quando se compara ao mesmo momento do ano passado, ainda conta com um aumento de 37,43%.

Rodrigo Ramos/ Agência Safras News

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