Junho de preços fracos do milho no Brasil e expectativa pela safrinha

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     Porto Alegre, 01 de julho de 2022 – O mês de junho foi de preços fracos e comercialização arrastada na maior parte do período no mercado brasileiro de milho. A expectativa toda está voltada para a evolução da colheita da safrinha, que deve decolar neste mês de julho e incrementar a oferta nas principais praças do país.

     Com a safrinha sendo aguardada, os compradores adotaram uma postura cautelosa e postergaram como foi possível suas negociações. É natural a estratégia tendo em vista que a tendência é de queda nas cotações com a entrada da segunda safra neste segundo semestre.

     Segundo SAFRAS & Mercado, a colheita efetivamente deve ganhar corpo neste mês de julho e deve haver essa pressão na oferta. As oscilações no mercado internacional têm mexido com as cotações do milho nos portos e acabam influenciando também os valores ao produtor. Neste último dia 30 de junho, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório de área plantada para o país que foi surpreendente, com uma área maior que o esperado para o milho e bem menor para a soja, o que é aspecto baixista para os preços internacionais do milho.

     Os Estados Unidos deverão cultivar 89,921 milhões de acres na safra 2022/23, com queda de 4% frente aos 93,357 milhões de acres registrados na temporada 2021/22, segundo relatório de área plantada divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta quinta-feira (30). Porém, o mercado trabalhava com uma expectativa média de área de 89,693 milhões de acres. A área ficou acima dos 89,49 milhões de acres divulgados no relatório de intenção de plantio, divulgado no final de março.

     Na comparação com o ano passado, a expectativa é de que área fique inalterada ou mais baixa em 35 dos 48 estados consultados. A área a ser colhida deverá ficar em 81,940 milhões de acres, 4% abaixo dos 85,399 milhões de acres colhidos na temporada 2021/22.

     Já os estoques trimestrais de milho dos Estados Unidos, na posição 1 de junho de 2022, totalizaram 4,346 bilhões de bushels, conforme relatório divulgado pelo USDA. O volume estocado é 6% maior frente a igual período de 2021, que indicava estoques de 4,111 bilhões de bushels. O volume indicado pelo Departamento ficou acima do esperado pelo mercado, de 4,330 de bilhões de bushels.

     Voltando ao mercado brasileiro, no disponível ao produtor, o preço do milho em Campinas/CIF caiu na base de venda em junho de R$ 90,00 a saca para R$ 88,50, baixa de 1,7%. Na região Mogiana paulista, o cereal avançou no comparativo de R$ 86,00 para R$ 87,00 a saca, +1,25.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo mensal de junho, o preço recuou de R$ 90,00 para R$ 86,00 a saca, baixa de 4,4%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação baixou de R$ 80,00 para R$ 73,00 a saca, queda de 8,75%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço no balanço caiu de R$ 95,00 para R$ 94,00, recuo de 1,05%.

     Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda em junho se manteve no comparativo mensal em R$ 81,00 a saca. E em Rio Verde, Goiás, o preço na venda baixou de R$ 82,00 para R$ 80,00 a saca, baixa de 2,4%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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