Porto Alegre, 23 de setembro de 2020 – A JBS anunciou nesta quarta-feira, a criação do Programa “Juntos pela Amazônia”, que consiste em uma série de iniciativas que visa, entre elas, monitorar toda a cadeia de fornecimento de boi no Bioma da Amazônia até 2025.
Há mais de uma década, a JBS monitora 100% de seus fornecedores de gado segundo critérios rígidos de sustentabilidade, com tolerância zero para o desmatamento, invasão de áreas protegidas como terras indígenas ou unidades de conservação ambiental, trabalho análogo à escravidão, ou uso de áreas embargadas pelo Ibama. Essa análise é feita online e diariamente, e abrange mais de 50 mil fazendas fornecedoras. Ainda assim, a JBS se mantém em permanente diálogo com os mais variados setores da sociedade brasileira e global e entende que pode ir além.
Segundo o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, o programa “Juntos pela Amazônia”, é um conjunto de medidas com visão de longo prazo que busca aumentar a conservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia, engajando o setor e propondo ações para além da cadeia de valor. “Esse programa atua em quatro pilares, que busca a sustentabilidade da cadeia de valor da carne bovina, a conservação e a restauração da floresta, o desenvolvimento socioeconômico das comunidades e o desenvolvimento científico e tecnológico, por meio do engajamento de todos os stakeholder da companhia”, explica Tomazoni.
De acordo com o presidente da Friboi, Renato Costa, para a sustentabilidade da cadeia de valor da carne bovina, a JBS está trabalhando com três iniciativas. A primeira delas é a Plataforma Verde JBS, uma plataforma blockchain que vai permitir que a Companhia inclua em sua base de monitoramento os fornecedores de seus fornecedores de gado até 2025. “A plataforma vai cruzar informações dos fornecedores da Companhia com dados de trânsito de animais. A nova tecnologia permitirá estender aos demais elos da cadeia produtiva o monitoramento socioambiental que já é feito nos fornecedores da JBS na Amazônia”, detalha.
Ele sinaliza que a iniciativa usará tecnologia blockchain justamente para dar confidencialidade e segurança no acesso às informações e transparência nas análises dos fornecedores. “O trabalho será auditado e seus resultados reportados no relatório anual de sustentabilidade. A Companhia fará campanhas de engajamento com fornecedores e entidades para que, até o final de 2025, os fornecedores de seus fornecedores estejam na Plataforma Verde JBS”, pontua.
Costa destaca que a segunda iniciativa é o compartilhamento da tecnologia de monitoramento de fornecedores da empresa e da política de compra responsável com sua cadeia de valor, o que inclui toda a indústria de alimentos, desde pecuaristas, agricultores a instituições financeiras e do agronegócio. O monitoramento feito pela JBS na Amazônia já permitiu o bloqueio comercial de fornecedores em situação de não conformidade com suas políticas de compra. Agora, a empresa anuncia sua disposição de compartilhar essa tecnologia de monitoramento com instituições financeiras e outras empresas que quiserem aplicá-lo.
Conforme o presidente da Friboi, a terceira iniciativa será o apoio ambiental, agropecuário e jurídico aos fornecedores, para auxiliá-los na melhoria do manejo de suas propriedades. A JBS vai ampliar suas ações educativas em sustentabilidade para sua cadeia de fornecimento agropecuário e aumentar os investimentos no desenvolvimento de plataformas digitais para regularização ambiental das propriedades não conformes, como já faz nos estados de Mato Grosso e Pará. “A JBS será um parceiro dos fornecedores na regularização das propriedades”, sinaliza o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni.
O diretor de Sustentabilidade da JBS, Márcio Nappo, detalha que os pilares de conservação e a restauração da floresta, o desenvolvimento socioeconômico das comunidades e o desenvolvimento científico e tecnológico serão alcançados por meio da atuação do Fundo JBS Pela Amazônia. “A companhia vai aportar R$ 250 milhões, nos primeiros 5 anos, podendo chegar a R$ 500 milhões até 2030”, sinaliza.
Nappo salienta que a JBS convidará seus stakeholders a contribuírem para o fundo, e se compromete a igualar sua contribuição às doações de terceiros na mesma proporção. “A meta é levar os recursos do fundo a um total de R$1 bilhão até 2030”, projeta Tomazoni.
Nappo afirma que o Fundo será presidido por Joanita Maestri Karoleski, ex-CEO da Seara, com o apoio de um Conselho de Administração, um Conselho Fiscal, um Conselho Consultivo e um Comitê Técnico. O Comitê Técnico e o Conselho Consultivo auxiliarão na escolha de projetos que receberão aportes do Fundo, que será auditado pela KPMG. Todo o processo será reportado e os resultados publicados no site.
Tomazoni disse ainda que a JBS está reafirmando publicamente o compromisso com a sustentabilidade da Amazônia. “Esperamos promover um avanço em escala não apenas em direção ao combate ao desmatamento, mas também à promoção da bioeconomia, agricultura sustentável e desenvolvimento social”, conclui.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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