Porto Alegre, 15 de maio de 2025 – A Organização Internacional do Açúcar (ISO/OIA) estimou um déficit global de oferta de 5,466 milhões de toneladas para a temporada 2024/25 (outubro-setembro), alta de 585 mil toneladas em relação ao último reporte, de fevereiro. Um déficit dessa magnitude não era observado há nove anos.
A estimativa para a produção mundial de açúcar em 2024/25 foi revisada para 174,795 milhões de toneladas, uma queda de 6,469 milhões de toneladas em relação à temporada anterior. Os fatores que explicam a queda são, principalmente, uma produção menor do que a esperada na Índia e no Paquistão.
Por outro lado, o consumo mundial de açúcar deve atingir um recorde de 180,261 milhões de toneladas em 2024/25, uma queda de 160 mil toneladas em relação ao relatório anterior, enquanto a estimativa para 2023/24 foi revisada para 179,225 milhões de toneladas, uma queda de 747 mil l toneladas.
De acordo com a ISO, o volume de açúcar comercializado em 2024/25 deverá cair substancialmente, com as exportações caindo para 63,323 milhões de toneladas, ante 69,342 milhões de toneladas na temporada passada. Ainda assim, a balança comercial permanece neutra, com a demanda de importação totalizando 63,133 milhões de toneladas. Consequentemente, o déficit global está sendo compensado por reduções nos estoques nacionais. Embora isso possa ser um motivo para a falta de resposta dos preços ao déficit crescente, os estoques globais encerrarão a temporada 2024/25 em seu menor nível em 9 anos.
A relação estoques/consumo para 2024/25 deverá cair para 52,11%, ante 55,57% no final de 2023/24.
A ISO destacou ainda que os preços globais do açúcar se enfraqueceram nos últimos três meses. O Preço Diário da ISA e o Índice de Preços do Açúcar Branco da ISO para os primeiros 13 dias de maio atingiram uma média de US$ 17,74 centavos/lb e US$ 491,04/tonelada, respectivamente. A perspectiva para os preços nos próximos três meses permanece neutra a otimista, visto que o déficit aumentou, exigindo que os produtores do Centro-Sul do Brasil mantenham as operações ininterruptas para igualar ou se aproximar dos níveis de exportação de maio a setembro de 2024.
A produção global de etanol deverá atingir 120,7 bilhões de litros em 2025, um aumento de 1,9% em relação aos 118,5 bilhões de litros registrados em 2024, com projeção de crescimento semelhante para o consumo, chegando a 119,5 bilhões de litros. Essa expansão continua apesar dos desafios econômicos, ressaltando a solidez estrutural dos mandatos de combustíveis renováveis em todo o mundo. A dinâmica regional apresenta variações significativas, com a produção dos EUA se moderando para 60,7 bilhões de litros, enquanto a produção brasileira deverá aumentar para 34,48 bilhões de litros, impulsionada pela produção recorde de etanol de milho, de 9,5 bilhões de litros. A produção da Índia apresenta a trajetória de crescimento mais expressiva, com projeção de atingir 8 bilhões de litros em 2025 para sustentar sua ambiciosa meta de mistura de 20%, com um roteiro recentemente aprovado para atingir 30% até 2030.
As informações partem do portal ChiniMandi.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News
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