IPCA sobe 0,86% em fevereiro e acumula alta de 1,11% no ano – IBGE

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     Porto Alegre, 11 de março de 2021 – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro foi de 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,25%). Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a variação havia sido de 0,25%.

     Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em fevereiro. O maior impacto no índice do mês (0,45 p.p.) veio dos Transportes (2,28%) e a maior variação, da Educação (2,48%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do resultado do mês. Na sequência, veio Saúde e cuidados pessoais (0,62%), cujo impacto foi de 0,08 p.p. O grupo Alimentação e bebidas (0,27% de variação e 0,06 p.p. de contribuição) desacelerou frente a janeiro (1,02%). Já Habitação, que havia recuado 1,07% em janeiro, subiu 0,40%, contribuindo também com 0,06 p.p. no resultado de fevereiro. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,13% em Comunicação e a alta de 0,66% em Artigos de residência.

O resultado dos Transportes (2,28%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (7,09%). A gasolina (7,11%), individualmente, contribuiu com 0,36 p.p., ou cerca de 42% do índice do mês. Além disso, os preços do etanol (8,06%), do óleo diesel (5,40%) e do gás veicular (0,69%) também subiram. Com os resultados de fevereiro, o item combustíveis acumula alta de 28,44% nos últimos 9 meses.

     Ainda em Transportes, destacam-se também as altas dos automóveis novos (0,55%) e usados (0,71%) e dos pneus (1,26%). A variação positiva em ônibus urbano (0,33%) deve-se aos reajustes de 8,70% no Recife (6,38%), a partir 7 de fevereiro, e de 2,61% em Vitória (1,03%), em vigor desde 10 de janeiro. Já a alta do subitem trem (0,56%) é consequência do reajuste de 6,38% nas passagens do Rio de Janeiro (1,49%), válido desde 23 de fevereiro.

     No grupo Educação (2,48%), o maior impacto (0,14 p.p.) veio dos cursos regulares (3,08%). O resultado reflete, em grande medida, os reajustes normalmente observados no início do ano letivo. Além disso, houve retirada de descontos praticados por algumas instituições de ensino ao longo de 2020, no contexto da pandemia de COVID-19. As maiores variações vieram da pré-escola (6,37%), do ensino fundamental (4,92%) e do ensino médio (4,45%), e as menores, do ensino superior (0,94%) e do curso técnico (0,91%).

     Em Saúde e cuidados pessoais (0,62%), o destaque ficou com o item higiene pessoal (1,07%), que contribuiu com 0,04 p.p. no índice do mês. Em seguida vieram o plano de saúde (0,67%) e os produtos farmacêuticos (0,27%).

     O grupo Alimentação e bebidas (0,27%) desacelerou pelo terceiro mês consecutivo. Em novembro, dezembro e janeiro, as taxas haviam sido de 2,54%, 1,74% e 1,02%, respectivamente. Na alimentação no domicílio (0,28%), contribuíram para essa desaceleração as quedas da batata-inglesa (-14,70%), do tomate (-8,55%), do leite longa vida (-3,30%), do óleo de soja (-3,15%) e do arroz (-1,52%). Por outro lado, os preços da cebola (15,59%) seguem em alta e as carnes, que haviam apresentado queda de 0,08% em janeiro, subiram 1,72% em fevereiro.

     A alimentação fora do domicílio também desacelerou (de 0,91% em janeiro para 0,27% em fevereiro), especialmente por causa do lanche (0,11%), cuja variação no mês anterior havia sido de 1,83%.

     No grupo Habitação, a maior contribuição (0,03 p.p.) veio do gás de botijão (2,98%), cujos preços subiram pelo nono mês consecutivo. Além disso, o gás encanado (2,68%) também registrou alta, consequência dos reajustes de 8,07% e 15,57% em Curitiba (14,71%), de 3,50% no Rio de Janeiro (3,18%) e de 0,79% em São Paulo (0,42%).

     Ainda em Habitação, destaca-se a variação de 1,02% da taxa de água e esgoto, em função de reajustes em cinco áreas de abrangência do índice: Fortaleza (que variou 12,24% e teve reajuste de 12,25%), Aracaju (4,84%, com reajuste de 5,36%), Curitiba (4,09%, com reajuste de 5,11%), Campo Grande (3,65%, com reajuste de 4,77%) e Recife (0,31%, com reajuste de 2,40%).

     A contribuição negativa mais intensa (-0,03 p.p.) no grupo Habitação veio da energia elétrica (-0,71%). Em fevereiro, foi mantida a bandeira amarela, que acrescenta na conta de luz R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Vale lembrar que no final de dezembro, início do período base do IPCA de fevereiro, ainda estava em vigor a bandeira vermelha patamar 2, cujo acréscimo é de R$ 6,243. As áreas apresentaram variações no item que foram desde os -4,46% em Campo Grande, cuja queda se deve à redução da alíquota de PIS/COFINS, até o 0,37% de Vitória.

     Todas as dezesseis áreas pesquisadas apresentaram variação positiva. O maior resultado ficou com a região metropolitana de Fortaleza (1,48%), especialmente em função da alta de 8,86% nos cursos regulares. Já o menor índice foi registrado no Rio de Janeiro (0,38%), devido às quedas de 10,73% nas passagens aéreas e de 16,50% em transporte por aplicativo.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (base). Cabe lembrar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC varia 0,82% em fevereiro

     O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de fevereiro foi de 0,82% enquanto, em janeiro, havia registrado 0,27%. Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016 (0,95%). No ano, o INPC acumula alta de 1,09% e, nos últimos doze meses, de 6,22%, acima dos 5,53% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2020, a taxa foi de 0,17%.

     Os produtos alimentícios subiram 0,17% em fevereiro enquanto, no mês anterior, haviam registrado 1,01%. Já os não alimentícios seguiram movimento inverso: após a alta de 0,03% em janeiro, variaram 1,03% em fevereiro.

     Todas as áreas investigadas pela pesquisa apresentaram variação positiva no mês. O maior índice foi observado na região metropolitana de Fortaleza (1,52%), principalmente por conta da alta nos cursos regulares (9,66%). Já o menor resultado ocorreu na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,35%), influenciado pela queda no preço das roupas (-1,52%) e da energia elétrica (-0,63%).

     O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

     Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (base). As informações partem da assessoria de comunicação do IBGE.

     Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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