Porto Alegre, 24 de janeiro de 2025 – O mercado doméstico de trigo permanece na calmaria e com cotações relativamente estáveis. Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, apesar disso, o início do ano mostrou sinais de recuperação, com preços firmes e algumas movimentações pontuais.
No Paraná, negócios foram reportados entre R$ 1.400 e R$ 1.430 por tonelada FOB, com pagamento final de março. Para o trigo branqueador, indicações nominais mantiveram-se elevadas, variando de R$ 1.550 a R$ 1.600 por tonelada FOB.
No Rio Grande do Sul, as indicações de compra variaram entre R$ 1.280/t FOB e R$ 1.360 por tonelada CIF, enquanto vendedores, sem pressa, mantêm pedidas entre R$ 1.300 e R$ 1.350 por tonelada FOB.
“A retração recente do dólar limitou avanços expressivos nos preços, mas continua sendo um fator relevante na formação da paridade de importação e nas decisões do mercado interno. A demanda programada, com retiradas previstas para março e abril, demonstra planejamento antecipado por parte dos compradores, enquanto os produtores mantêm sua posição estratégica, sem urgência para comercializar “, disse.
Conforme ele, o cenário atual, com suporte nos preços e perspectiva de maior movimentação nos próximos meses, segue condicionado pela influência do câmbio, pela oferta ajustada e pela necessidade de reposição de estoques, elementos que definirão os rumos do mercado no curto e médio prazo.
Imposto na Argentina
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou ontem à tarde a redução das alíquotas de exportação para o setor agrícola, válida a partir da próxima segunda-feira até 30 de junho, além da eliminação da taxa para as economias regionais. Para o trigo, a alíquota será reduzida de 12% para 9,5%. O decreto oficial deverá ser publicado na segunda-feira.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Andrés Canizzo, embora o maior impacto da medida seja sentido no complexo soja e no milho, ainda há um grande volume da nova safra de trigo para ser comercializado. Grande parte foi negociada a preço fixo, mas espera-se melhora nos preços à vista e nos futuros, além de maior ativação de vendas por produtores e competitividade para os grãos, explicou.
A redução das taxas era uma demanda antiga do setor, que enfrenta dificuldades devido à desvalorização cambial, queda nos preços internacionais e os impactos da seca, fatores que comprometem a rentabilidade.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News
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