Influenza Aviária preocupa mercado, que segue com sobreoferta de frango em junho

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Porto Alegre, 30 de junho de 2023 – O mercado brasileiro de frango encerra o mês de junho com preços mistos nos principais cortes negociados no atacado e distribuição. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o foco é na Influenza Aviária e como os mercados vão reagindo ao redor do mundo, com a evolução da doença no Brasil.

De acordo com o analista, por enquanto não há ocorrências em granjas comerciais, o que é muito importante e uma excelente notícia. “O segundo aspecto do mercado é que o Brasil está mantendo uma produção muito alta. Só pra ter uma ideia, o último mês de maio teve um recorde de alojamento de pintos de corte, nunca se alojou tanto para um mês de junho”, disse.

“O mercado, apesar de manter a exportação muito intensa, ainda conta com sintomas de sobreoferta”, alerta. “Os preços não estão encontrando recuperação. As cotações do vivo trabalham na casa dos R$ 4,50 em média e o abatido também trabalha em patamares parecidos”, explica.

Para Iglesias, o que pesa bastante é que a carne de frango está muito competitiva em relação com as demais. “Você consegue comprar muito mais frango do que carne suína e bovina, em especial a bovina. Isso faz com que a população de menor renda priorize o consumo da proteína, dando suporte aos preços no mercado interno”, destaca.

Iglesias ressalta a preocupação com a Influenza Aviária em granjas comerciais, que poderiam levar a desdobramentos importantes de importadores do Brasil. “Em alguns casos, poderíamos muito bem ficar entre 15 e 20 dias com vendas reduzidas no mercado internacional. Este produto teria que ir para o mercado interno e os preços, já bastante debilitados, derreteriam”, diz.

Por fim, Iglesias afirma que a avicultura de corte no Brasil anda em uma corda bamba. “A partir do momento que tivermos algum problema em relação a demanda, como uma suspensão para o país inteiro de países como Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita ou China, pode ter certeza de que a população vai precisar comprar um freezer só pra estocar carne de frango, pois iria ficar muito barato”, conclui.

Exportações

As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 687,661 milhões em junho (16 dias úteis), com média diária de US$ 42,978 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 344,201 mil toneladas, com média diária de 21,512 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 1.997,80.

Em relação a junho de 2022, houve ganho de 3,0% no valor médio diário, avanço de 13,6% na quantidade média diária e recuo de 9,3% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Preços internos

Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo do mês. O preço do quilo do peito no atacado caiu de R$ 7,50 para R$ 7,30, o quilo da coxa de R$ 6,40 para R$ 6,00 e o quilo da asa de R$ 10,20 para R$ 9,70. Na distribuição, o preço do quilo do peito recuou de R$ 7,70 para R$ 7,50, o quilo da coxa de R$ 6,60 para R$ 6,20 e o quilo da asa de R$ 10,45 para R$ 9,90.

Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário no mês também apresentou alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito teve baixa de R$ 7,60 para R$ 7,40, o quilo da coxa de R$ 6,50 para R$ 6,10 e o quilo da asa de R$ 10,30 para R$ 9,80. Na distribuição, o preço do quilo do peito teve desvalorização de R$ 7,80 para R$ 7,60, o quilo da coxa de R$ 6,70 para R$ 6,30 e o quilo da asa de R$ 10,55 para R$ 10,00.

O levantamento mensal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo recuou de R$ 4,70 para R$ 4,50 e em São Paulo de R$ 4,60 para R$ 4,50.

Na integração catarinense, a cotação do frango se manteve em R$ 4,30. Na integração do oeste do Paraná, o quilo vivo recuou de R$ 4,65 para R$ 4,60 e na integração do Rio Grande do Sul a cotação de R$ 4,55 para R$ 4,45.

No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango desvalorizou de R$ 4,75 para R$ 4,45. Em Goiás, os preços registraram declínio de R$ 4,70 para R$ 4,50 e no Distrito Federal de R$ 4,70 para R$ 4,50.

Em Pernambuco, o quilo vivo desvalorizou de R$ 5,40 para R$ 5,20, no Ceará de R$ 5,40 para R$ 5,20, no Pará, de R$ 5,50 para R$ 5,00.

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Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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