Porto Alegre 9 de agosto de 2024 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana ditada pelas incertezas que cercam os negócios com o cereal. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, o cenário é esse no Brasil e no mundo.
Aqui dentro, os compradores acreditam em novas quedas do preço, e, os que estão bem abastecidos, seguem de fora do mercado, esperando por melhores oportunidades. Essa postura se justifica tanto pela recente forte queda internacional, quanto pelo início da colheita no Brasil. Ainda que seja incipiente no Paraná, a entrada da oferta deve pressionar as cotações para baixo.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, o trigo vai fechando a semana em alta. Por outro lado, nesta semana a consultoria russa SovEcon disse que a atual tendência de alta nos preços da Rússia não parece sustentável, uma vez que a oferta deve seguir em níveis historicamente elevados.
Bento observa que, no mercado interno brasileiro, aqueles moinhos que precisam de compras imediatas encontram vendedores inflexíveis. Isso se deve à escassez de oferta da safra velha, além de sinais de clima adverso no Brasil e, mais recentemente, na Argentina.
Destaque da semana
Conforme o analista, o destaque da semana foi o resultado do balanço da oferta e da demanda brasileiro na temporada 2023/24, que mostra estoques finais de 679 mil toneladas, o que corresponde a uma retração de 51,3% em relação aos 1,393 milhão de toneladas da temporada anterior. O montante de trigo nacional em grão disponibilizado para os moinhos foi de 6,72 milhão de toneladas, suficiente para atender 54,4% da sua necessidade.
Na temporada anterior o montante foi de 8,661 milhões de toneladas e atendeu 68,2% da moagem brasileira (o maior percentual desde a metade da década de 1980).
Gabriel Nascimento / Safras News
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