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Ibovespa fecha em tímida alta pelo 5º pregão seguido e renova máxima; na semana, sobe quase 4%

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São Paulo, 25 de abril de 2025 – A Bolsa fechou estável, mas conseguiu terminar em tímida alta pelo quinto pregão seguido, renovou máxima, com bom desempenho dos bancos, dos frigoríficos, apesar da pressão de Vale.

Os investidores digeriram a prévia da inflação e as incertezas sobre as tarifas comerciais com a China ficaram no radar. Azul tombou. Na semana, o Ibovespa subiu 3,92%.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos disse que não vai tirar as tarifas da China, a não ser que deem algo em troca. Petrobras (ON, +0,49%; PN, +0,29%); Vale (ON, -2,63%)

O principal índice da B3 subiu 0,11%, aos 134.739,28 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registou alta de 0,05%, aos 137.140 pontos. O giro financeiro foi de R$ 24,3 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.

Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, disse que a Bolsa opera estável “influenciada pela falta de avanços concretos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o que gera incerteza e um tom mais cauteloso no mercado, após uma sequência de altas. Além de queda da Vale em meio ao desempenho positivo dos bancos”. Iarussi comentou que os frigoríficos são destaque de alta- Marfrig (ON, +8,44%), Minerva (ON, +4,40%), BRF (ON, +4,04%) e JBS (ON, +2,46%).

“Eles retomam o fôlego após uma queda pontual no pregão anterior interpretada pelo mercado como mera realização técnica. A leitura segue positiva para o setor, que agora também se beneficia da queda nos preços do milho no Brasil, o que tende a melhorar as margens, especialmente das companhias voltadas para carnes de frango e suíno”.

Na ponta negativa, Azul (AZUL4) é destaque de queda- de 17,37%. A ação despenca pelo segundo dia refletindo a rejeição do mercado ao plano de captação bilionário anunciado pela companhia como parte de sua reestruturação financeira. A leitura predominante é de que o movimento dilui valor, e a ação já acumula perda de mais de 30% na semana”.

Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, comentou que a semana está mais tranquila, com o Ibovespa sem altas e baixas expressivas, e com agenda mais fraca.

“Após uma semana de muita volatilidade em razão da guerra comercial e falas de Trump mais incisivas sobre o presidente do Fed, essa semana mais morna e isso tranquiliza o mercado. O Trump colocou panos quentes sobre a China e o Powell [tinha tido que ia demiti-lo] e vimos o mercado fazendo pequenas movimentações, sem baixas e altas muito expressivas. O investidor está mais tranquilo em relação ao cenário macro e geopolítico, mas não é um investidor com muito apetite porque a gente não sabe o posicionamento dos EUA, tem a pausa de 90 dias de taxas os países. Ele está com pé no chão, procurando proteção, vimos alta do ouro, sem expor muito, mas não está deixando de comprar com as oportunidades. Os Dis estão fechando de forma interessante e já se consegue visualizar um aumento da probabilidade de manutenção da Selic na próxima reunião”.

Moreira destacou que têm setores com bom desempenho na Bolsa. “Os frigoríficos, bancos e o varejo vem com boa performance recente. O resultado da Vale fraco já era esperado com a conjuntura econômica em relação à China, mas nada preocupante”. A Bolsa busca agora o patamar dos 137 mil pontos, segundo o sócio da One Investimentos.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, informou que “o IPCA-15 que veio dentro do consenso, puxado pela deflação em transportes e pela desaceleração em habitação, pelo fim dos reajustes de educação e a normalização no preço da energia elétrica. Apesar do dado em linha, a qualidade da inflação continua bem ruim, principalmente pelos níveis elevados das medidas subjacentes de inflação. As métricas de serviços têm estabilizado, mas continuam rodando em patamares muito elevados (acima de 6%). Apesar disso, a diretoria do BC tem mostrado um discurso mais suave nos últimos dias, confiantes que o ciclo de alta de juros será suficiente para trazer a inflação de volta à meta, de forma que esperamos fim do ciclo de alta de juros em maio. De maneira preliminar, vamos manter a projeção de alta de 0,46% (5,56% a/a) no IPCA de abr/25, com os anos fechados ficando em 5,67% (2025) e em 4,41% (2026). A alta das bolsas no exterior sugere viés de alta para o Ibovespa”.

Mais cedo, foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em abril subiu 0,43%, desacelerando em relação ao mês de março de 0,64%. Em 12 meses até abril, o índice subiu 5,49%. Em ambas as medições, mensal (+0,43%) e anual (+5,49%), o resultado ficou dentro das expectativas segundo o Termômetro Safras.

O dólar comercial fechou a R$ 5,6883 para venda, com desvalorização de 0,07%. Às 17h05, o dólar futuro para maio tinha estabilidade a R$ 5.688,000. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,19% a 99,57 pontos. Na semana, o dólar recuou.2,04% na comparação com o real.

O dólar comercial teve muita volatilidade, ainda com as incertezas sobre a China, apesar dos acenos mais positivos de Donald Trump recentemente. Somado a isso, o IPCA-15 em linha com o esperado abriu espaço para um possível fim de ciclo de alta da Selic.

Cristiane Quartaroli, economista-chefe da Ouribank, disse que “o real se valorizou nessa semana, e hoje vemos volatilidade, até uma correção técnica por ser sexta-feira, em meio a um sentimento ainda de incertezas lá fora, apesar do aceno mais positivo do Trump com a China, mas nada efetivo. Temos uma moeda mais líquida, um carry trade positivo e nossa taxa de juros é atrativa. O IPCA-15 de abril confirma um quadro mais favorável dos indicadores correntes de inflação. Vimos no Focus dessa semana uma melhora da projeção para a inflação e podemos ver novamente. É possível fim de ciclo de alta da Selic”.

“O mercado de câmbio apresentou pouca variação nesta sexta-feira, operando em intervalos estreitos, refletindo uma combinação de fatores domésticos e internacionais”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Segundo ele, externamente, observa-se uma valorização mais ampla do dólar frente às principais divisas globais, impulsionada por expectativas em torno das negociações comerciais entre EUA e China.”Entretanto, o potencial de valorização da moeda americana permanece limitado devido a especulações e narrativas desalinhadas entre autoridades americanas e chinesas”.

Já no cenário doméstico, o especialista destacou a a divulgação do IPCA-15, que mostrou uma leve desaceleração na margem. “Ainda assim, permanece a expectativa de continuidade de uma política de juros restritiva por parte do Banco Central brasileiro, com aumento projetado da taxa Selic entre 0,25% e 0,50% na próxima reunião em maio”.

“Por outro lado, a perspectiva é que o FED mantenha sua taxa básica inalterada na reunião do FOMC também no próximo mês. A ampliação do diferencial de juros entre Brasil e o EUA vem sendo o principal fator de sustentação do real, reforçando a atratividade da nossa moeda para operações de carry trade”, acrescentou.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em leve alta em um dia volátil digerindo o resultado do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) dentro das estimativas do mercado e com o exterior no radar.

Por volta das 16h05 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,625% de 14,600% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,875%, de 13,860%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,520%, de 13,515%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,620% de 14,600% na mesma comparação. O dólar caía 0,11%, cotado a R$ 5,6864 para venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, ampliando os fortes ganhos na semana, enquanto os investidores continuam a lidar com um cenário global de comércio em constante mudança e grandes nomes da tecnologia receberam um impulso.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,05%, 40.113,50 pontos

Nasdaq 100: +1,26%, 17.382,94 pontos

S&P 500: +4,59%, 5.525,21 pontos

Confira abaixo a variação e a pontuação na semana:

Dow Jones: +2,48%

Nasdaq 100: +6,73%

S&P 500: +4,59%

Dylan Della Pasqua, Soraia Budaibes e Darlan de Azevedo / Safras News

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