Porto Alegre, 24 de março de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje, durante o evento “Rumos 2025”, realizado pelo Valor Econômico, que o governo vai continuar mirando o centro da meta fiscal em 2025. “Para surpresa do mercado, no ano passado o resultado ficou dentro do esperado. Respondo pelo que fiz para projetar o resultado deste ano”, frisou o ministro.
Segundo Haddad, não se dava importância para a meta fiscal no Brasil há muitos anos. “As projeções negativas não irão se confirmar. O Brasil não vai quebrar. Isso não vai acontecer”, garantiu o ministro, acrescentando que o governo está ajustando as contas, mas que depende dos demais poderes para atingir a meta.
O ministro disse que não há gastança no governo e que no ano passado reduziu em quase 1% a relação dos gastos com o PIB do país. “Vamos perseguir a meta fiscal porque entendemos que é necessário e tenho o aval do presidente Lula para isso”, reiterou o ministro da Fazenda.
Em relação à inflação. Haddad afirmou que “podemos nos surpreender positivamente com a inflação já neste ano”. Ele apontou a supersafra que será colhida, o câmbio mais equilibrado e a geopolítica como pontos que podem ajudar no controle inflacionário. “Tivemos muita dificuldade do o Fed no ano passado, que revisou o ritmo de cortes. O dólar se fortaleceu muito em 2024 e neste ano está se acomodando mais ou menos próximo dos seus pares. Na comparação com o ano passado, o cenário externo deverá ser melhor, o que abre margem para controlar inflação e juros”.
O ministro defendeu a arquitetura do arcabouço fiscal e disse que reforçando-o o Brasil não deverá ter problema de crescimento, déficit ou inflação. “Estou convencido de que o arcabouço funciona. Quando houver estabilidade, podemos mudar os parâmetros do arcabouço, mas a sua arquitetura é robusta e deve ser mantida”. O ministro disse que o governo deve evitar aventuras eleitorais, mirando como o exemplo os resultado de 2022.
Haddad lembrou que o atual governo conseguiu disciplinar o Perse e reonerar gradualmente a folha de pagamento dos 17 setores. “Assim estamos conseguindo reconstruir as contas públicas”.
O ministro destacou os resultados iniciais do programa de crédito privado consignado, que foi debatido durante um ano e meio pelo governo. “Medidas que estamos tomando são estruturais e visam evitar o superendividamento”.
Haddad repetiu que o controle da inflação deve ser feito em conjunto pelo Banco Central e pelo governo, mas que não deve deixar de lado a busca de condições macro e micro econômicas mais “saudáveis para o Brasil. Faltava uma agenda microeconômica para aumentarmos a produtividade do país”. Citou como necessidades a revisão do sistema tributário do Brasil – “o pior e mais injusto do mundo” -, o desenvolvimento do sistema de crédito, avançar no seguro rural e na questão da transição energética.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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