São Paulo, 22 de setembro de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em participação em evento do BTG Pactual, na manhã de hoje, apresentou dados para mostrar que o déficit fiscal não é culpa do atual governo pois teve questões que vieram dos governos Temer e Bolsonaro.
O ministro mostrou dados para mostrar que teto de gastos não resolveu déficit fiscal no governo Temer, disse que “Tese do século” e outros efeitos derrubaram a arrecadação e mostrou dados para mostrar que governo Bolsonaro não solucionou a arrecadação.
Por outro lado, o ministro mostrou dados da Fazenda para provar que houve recomposição de receitas e controle das despesas no governo Lula e disse que “como nunca vejo os números da Fazenda expresso nos jornais, resolvi mostrar aqui”.
A apresentação foi medida pelo sócio e economista-chefe do BTG Pactual, Monsueto Almeida, que disse que “ninguém duvida que o ministro teve preocupação com o fiscal”.
“Quero sair do governo mostrando a minha versão do trabalho e da minha equipe. O trabalho foi feito com muito zelo, a história vai mostrar se foi certo ou errado”.
Haddad também disse que o trabalho relacionado à política econômica também envolve outros atores, como o Congresso e o Judiciário.
“Teremos que ter nova rodada de negociação com o Congresso para negociar indexadores”, disse Haddad, em referência ao mecanismo de transferência do governo para o Distrito Federal.
O ministro disse que será necessário ajustar regras para dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal, o que deverá entrar em novas negociações com o Congresso Nacional. Haddad defendeu que medidas anunciadas pelo governo para promover o crescimento do PIB também podem ajudar a resolver a questão fiscal.
Haddad disse que organizar o país para se desenvolver depende de questões políticas e não apenas técnicas.
O sócio e economista do BTG questionou o ministro sobre o cenário que mostra que o governo avançou no controle fiscal, ao mesmo tempo que os juros curtos e longos aumentaram consideravelmente, o que não é sustentável para as contas públicas. Haddad disse que o atual patamar dos juros no Brasil não pode ser explicado apenas pela questão fiscal. “Como é que se explica 2% de superávit, dívida caindo, ciclo de commodities positivo e juros altíssimos? Juro não é explicado só pela questão fiscal, mas o fiscal é uma parte importante”, disse.
Haddad também procurou destacar que o governo federal não tem problemas com os Estados, citando a aprovação da reforma tributária como exemplo.
Haddad disse que a polarização é uma questão a ser enfrentada, mas que as políticas estão avançando, mas o Congresso precisa pautar questões importantes para a população, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Os ministros dos Transportes, Renan Filho, e de Portos e Aeroportos, Silvio Costa, que estavam na plateia do evento, também foram mencionados e suas ações nas pastas foram destacadas pelo economista-chefe do BTG Pactual.
Por outro lado, Monsueto comparou o ambiente de atração de investimentos com o de outros países que se mostram mais favoráveis aos do Brasil e questionou o ministro sobre os riscos da polarização política para os próximos anos.
Haddad disse que o governo vai encerrar o mandato com o melhor crescimento médio, a melhor inflação, bom ambiente para atrair investimentos e reforma tributária, o que faz com o que o país terá um ótimo ambiente econômico já no curto prazo, “e se reeleger o Lula, será mais fácil” que isso aconteça.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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