Porto Alegre, 6 de agosto de 2025 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que vai conversar na próxima quarta-feira com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, sobre as tarifas de 50% impostas ao Brasil pelos Estados Unidos e que entram em vigor hoje. “Recebemos uma resposta, enfim, e temos hora e local para a conversa”, afirmou, confirmando que o encontro será virtual e que pode evoluir para novas reuniões presenciais.
“Quero normalizar as relações com os Estados Unidos. Até a imposição de uma taxa de 10% eu considero inadequada para a América do Sul, que tem relação deficitária com os Estados Unidos”, disse. “Outro ponto, somos um bloco econômico. O Brasil não pode ser tratado de forma diferenciada”, destacou.
Sobre o plano de contingência, o ministro disse que faltam alguns detalhes, mas que o texto estará pronto e será enviado hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cabe ao presidente definir quando as medidas serão anunciadas, acrescentou Haddad. “O plano será detalhado e atenderá ao pequeno produtor que não tem alternativas de mercado aos Estados Unidos”, disse, confirmando que medidas de compras de produtos pelo governo fazem parte do pacote. O ministro acredita que o plano virá através de Medida Provisória.
O ministro voltou a criticar o papel da extrema-direita, que estaria atrapalhando as negociações. Ele citou uma entrevista concedida por Eduardo Bolsonaro, divulgada hoje, em que ele confirma que fará tudo para atrapalhar um possível acordo. “A família Bolsonaro segue atrapalhado as negociações. Essa mistura entre política e economia está atrapalhando. Temos que separar a questão política. Isso não faz parte do Executivo”, disse, acrescentando que o presidente Lula vai agir no sentido de garantir a soberania nacional e a aplicação da lei brasileira.
Haddad pediu a união nacional para defender os interesses do país. “Governadores que têm acesso à extrema direita precisam pegar o telefone e pedir para a oposição para de atrapalhar o país. Governadores não podem fingir que nada está acontecendo”, convocou. O ministro também pediu o auxílio do empresariado, que precisa fazer gestão junto à oposição. “O governo vai fazer a parte dele, mas precisamos de uma ação coordenada”, completou.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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