Habilitação de plantas de suínos à Rússia é positiva com incerteza sobre China

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     Porto Alegre, 26 de novembro de 2021 – A semana foi marcada por uma notícia muito positiva para o mercado brasileiro de carne suína. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, a confirmação da habilitação de mais nove plantas de carne suína do Brasil aptas a vender ao mercado russo veio em um bom momento. “O setor de carne suína enfrenta um momento de incerteza com relação ao potencial de compras por parte da China para os próximos meses”, ressalta.

     Maia explica que em outubro foi evidenciado o segundo pior embarque brasileiro de carne suína ao mercado chinês no ano, ficando em 37,353 mil toneladas. “Este pode ser um dado pontual, mas deixa o setor em cautela no que tange aos dados a serem registrados nos próximos meses”, destaca.

     O analista afirma que é difícil precisar que volumes passarão a ser exportados para a Rússia, muito embora a carne suína brasileira tenha como pontos favoráveis o fato de ser bastante atrativa em termos de preços e de contar com uma alta qualidade. “Antes do entrave relacionado à ractopamina em 2017, a Rússia era o principal destino da carne suína brasileira. Naquele ano, o Brasil exportou 257,5 mil toneladas de carne suína para o mercado russo”, disse.

     Agora, somadas às quatro plantas já habilitadas anteriormente, o Brasil passa a contar com treze unidades frigoríficas aptas a vender carne suína para a Rússia. “Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil exportou 3,827 mil toneladas de carne suína ao mercado russo. Desse total, apenas em outubro foram embarcadas 2,181 mil toneladas”, analisa.

     Maia comenta ainda que a Rússia sofre com alta de preços e representantes do setor no país alegam que a produção está sendo impactada pela peste suína africana, mas não tão severamente como o ocorrido na China em 2018/2019. “De qualquer modo, há um déficit de oferta no mercado russo, o que favoreceu a reabertura das unidades brasileiras”, sinaliza.

     No que tange ao mercado interno, o mercado esteve bastante firme ao longo da semana. “O ritmo de negócios envolvendo suínos vivos segue apresentando boa fluidez, com os frigoríficos avançando na aquisição de estoques em meio a um quadro de oferta ajustada”, avalia.

      Para Maia, a expectativa é positiva para o escoamento da carne suína no curto prazo devido aos preparativos das redes varejistas para o período de festas de fim de ano. “A reposição entre o atacado e o varejo deve se mostrar mais lenta somente após a primeira quinzena de dezembro. O movimento de alta da concorrente carne bovina e a entrada de parte do décimo terceiro salário na economia no final do mês também são fatores positivos e que tendem a favorecer a demanda por carne suína”, conclui.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil subiu 1,56% na semana, passando de R$ 6,41 para R$ 6,51. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado avançou 1,80%, de R$ 11,10 para R$ 11,30. A carcaça atingiu um valor médio de R$ 10,38, alta de 2,91% frente ao registrado na semana passada, de R$ 10,09.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo seguiu em R$ 150,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 5,70. No interior do estado a cotação aumentou de R$ 6,30 para R$ 6,60.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração permaneceu em R$ 5,70. No interior catarinense, a cotação passou de R$ 6,60 para R$ 6,85. No Paraná o quilo vivo mudou de R$ 6,50 para R$ 6,75 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo seguiu em R$ 5,70.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande avançou de R$ 5,90 para R$ 6,00, enquanto na integração o preço continuou em R$ 5,50. Em Goiânia, o preço se manteve em R$ 7,30. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno permaneceu em R$ 7,50. No mercado independente mineiro, o preço prosseguiu em R$ 7,70. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 5,75 para R$ 5,95. Já na integração do estado o quilo vivo permaneceu em R$ 5,60.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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