Porto Alegre, 11 de março 2020 – Diante do agravamento da crise econômica internacional, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ontem (10) à noite aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbe (DEM-AP), ofício em que pede a aprovação de propostas consideradas prioritárias pela equipe econômica. Ao todo, Guedes listou 14 projetos de lei, três propostas de emenda à Constituição e duas medidas provisórias em tramitação no Congresso.
No documento, o ministro ressaltou a
importância da aprovação das propostas até a metade do ano. “O esforço para a
aprovação, neste semestre, das matérias listadas tem a capacidade de proteger o
Brasil da crise externa”, destacou. Segundo Guedes, somente com a continuidade
de reformas estruturais que reduzam os gastos obrigatórios, o governo terá
espaço no orçamento para estimular a economia.
“Com a continuidade de reformas
estruturais que o país precisa, será possível recuperar espaço fiscal
suficiente para a concessão de outros estímulos à economia”, diz o ofício. O
texto, no entanto, não detalha quais seriam esses estímulos. No texto, Guedes
pediu aprovação rápida das propostas para facilitar a “blindagem” da economia
brasileira em meio à crise econômica internacional.
Nos últimos dias, diversos economistas têm
pedido o aumento dos investimentos públicos para fazer frente a uma possível
recessão econômica mundial, provocada pela disseminação do coronavírus e pela
guerra entre Arábia Saudita e Rússia pelo preço internacional do petróleo. Para
aumentar os investimentos, no entanto, o governo precisaria flexibilizar o teto
federal de gastos. Nessa terça-feira, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, descartou
mudanças no limite de gastos.
A resposta do Ministério da Economia
ocorreu depois de Maia ter cobrado o envio das propostas de reforma tributária
e administrativa. Na segunda-feira (9), Guedes prometeu enviar a
reforma administrativa ainda nesta semana e a tributária nesta semana ou na
próxima.
No ofício, Guedes reiterou que as reformas
administrativa e tributária serão enviadas em breve, mas pediu que o Congresso
agilize a tramitação das propostas do governo. “Considerando o agravamento da
crise internacional em função da disseminação do coronavírus e a necessidade de
blindagem da economia brasileira, o Ministério da Economia propõe acelerar a
pauta que vem conduzindo junto ao Congresso Nacional”, destacou.
O documentou listou as três PECs enviadas no fim do ano passado: reforma do pacto federativo (que descentraliza recursos da União para governos locais), PEC emergencial (com gatilhos para cortar temporariamente salários de servidores em momentos de crise fiscal) e PEC dos fundos (que extingue fundos considerados desnecessários). No entanto, também cita projetos como a autonomia do Banco Central, a liberação do mercado de gás e o Plano de Equilíbrio Fiscal, que permite a ajuda a estados com dificuldades de caixa em troca de medidas de ajuste. As medidas provisórias mencionadas são a do emprego verde-amarelo (que cria um programa especial para trabalhadores jovens) e a que autoriza a quebra do monopólio da Casa da Moeda.
As informações são da agência Brasil.
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