Futuros do petróleo amargaram fortes perdas na semana

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    Porto Alegre, 20 de março de 2020 – Os preços dos contratos futuros de petróleo terminaram a sessão em forte queda com os efeitos da pandemia do novo coronavírus se sobrepondo às ações coordenadas ao redor do mundo para sustentar a economia global. Na semana, o WTI amargou perda de quase 30%.

    Os futuros iniciaram o dia em alta, mas logo reverteram os ganhos e passaram a acelerar as perdas com notícias de mais restrições de circulação de pessoas nos Estados Unidos. O governador de Nova York, Andrew Cuomo, proibiu que as pessoas de trabalharem em serviços não essenciais e o presidente norte-americano, Donald Trump, restringiu viagens para o México e a entrada de canadenses nos Estados Unidos para conter a disseminação do novo coronavírus na América do Norte.

    As restrições a circulação de pessoas têm potencial de enfraquecer a demanda por petróleo já que o transporte aéreo e terrestre diminui em um momento no qual Arábia Saudita e Rússia travam uma guerra de preços da commodity.

    A Arábia Saudita, líder de fato da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), iniciou uma guerra de preços com a Rússia depois que Moscou se recusou a adotar limites adicionais de oferta no âmbito da Opep+, como é conhecido o grupo formado pelo cartel e seus aliados. Com isso, o reino planeja continuar bombeando a uma taxa recorde de 12,3 milhões de barris por dia (bpd) por meses.

   Mais cedo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Ppeskov, disse que não existe guerra com a Arábia Saudita em torno do petróleo, indicando que os atuais preços baixos da commodity se devem à uma conjuntura ruim, mas que esse momento não era uma catástrofe para Moscou.

    Com isso, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex e com entrega em abril caiu 10,67%, cotado a US$ 22,53 o barril, encerrando a semana com perda de 28,99%. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE com entrega para maio recuou 5,23%, cotado a US$ 26,98 o barril, acumulando perda de 20,30% na semana.

     As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS