Porto Alegre, 14 de julho de 2023 – O mercado físico de boi gordo registrou mudanças no cenário de preços da arroba ao longo da semana. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, os frigoríficos tentaram e conseguiram pressionar as cotações da arroba para patamares abaixo da referência média em alguns estados. “Até mesmo no Centro-Norte brasileiro foi evidenciado esse tipo de movimento”, disse.
Iglesias explica que há dois pontos que motivaram os frigoríficos a adotar uma estratégia de compra menos efetiva, forçando a queda nas cotações. “O primeiro fator é basicamente a piora no desempenho das exportações, em especial quando se considera a queda dos preços médios na comparação entre 2022 e 2023. O segundo fator é que o mercado interno também inspira cuidados, com vendas mais fracas que o esperado nesta primeira quinzena de julho”, pontua.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo foi de R$ 250,00, queda de 1,96%% frente aos R$ 255,00 da semana passada. Em Dourados (MS), a arroba recuou 4,00%, de R$ 250,00 para R$ 240,00 na modalidade a prazo. Em Cuiabá (MT), a arroba seguiu em R$ 222,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 250,00 por arroba, sem mudanças. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 235,00, estável.
Mercado atacadista registra semana de preços estáveis
Iglesias ressalta que a semana foi marcado por estabilidade de preços no atacado, em meio ao fraco interesse na ponta compradora diante da maior concorrência com a carne de frango e a suína. O quilo do corte do traseiro foi mantido a R$ 18,60 por quilo. Já o corte do dianteiro foi vendido a R$ 14,40 por quilo, também sem alterações.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 181,764 milhões em julho (5 dias úteis), com média diária de US$ 36,352 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 37,378 mil toneladas, com média diária de 7,475 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.862,80.
Em relação a julho de 2022, houve baixa de 30,3% no valor médio diário da exportação, perda de 6,1% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 25,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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