Frigoríficos avançam escalas de abate, mas preços do boi seguem firmes

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Porto Alegre, 22 de dezembro de 2023 – O mercado físico de boi gordo apresentou preços firmes ao longo da semana, mesmo com os frigoríficos tendo conseguido um bom avanço nas escalas de abate, estimadas em 10 dias úteis. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, a tendência é de que os negócios possam ficar de lado nos próximos dias, com a proximidade das festas de final de ano, o que pode trazer perda de liquidez ao mercado físico.

Maia diz que a logística também deve ser mais difícil até o fechamento ano, muito embora o andamento do consumo, o fluxo de exportações e as condições das pastagens são fatores que devem ser acompanhados ao longo das próximas semanas. A tendência é de que o ritmo de negócios no mercado brasileiro de boi gordo possa ganhar força novamente a partir de janeiro.

Preços internos

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo foi de R$ 250,00, estável frente à semana anterior. Em Dourados (MS), a arroba avançou 0,87%, de R$ 230,00 para R$ 232,00.

Em Cuiabá (MT), a arroba a prazo foi cotada a R$ 212,00, contra os R$ 211,00 da semana passada, alta de 0,47%. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 250,00 por arroba, aumento de 4,17% frente aos R$ 240,00 da semana passada. Em Goiânia (GO), a indicação a prazo foi de R$ 240,00, estável frente à semana passada.

Preços dos cortes do traseiro avançam levemente no mercado atacadista

O mercado atacadista apresentou preços mais altos durante a semana para os cortes do traseiro, de acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia. O viés segue de alta nas cotações, em linha com o período auge no consumo doméstico no ano. O quarto do traseiro subiu 0,25%, de R$ 19,95 para R$ 20,00. O quarto do dianteiro foi mantido em R$ 13,00.

Maia acredita que haja espaço para novas altas de preço nos cortes do traseiro, considerados mais nobres e que costumam ser mais demandados nas festividades de final de ano. A partir do começo de 2024, contudo, a demanda tende a se voltar para os cortes do dianteiro do boi, com valores mais acessíveis, considerando o período de pagamento de tributos por grande parte da população.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 445,403 milhões em dezembro (11 dias úteis), com média diária de US$ 40,491 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 97,395 mil toneladas, com média diária de 8,854 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.573,20.

Em relação a dezembro de 2022, houve alta de 17,8% no valor médio diário da exportação, ganho de 27,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 7,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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