Forte queda em NY deve prejudicar negócios de café no Brasil

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    Porto Alegre, 21 de outubro de 2022 – O mercado físico brasileiro de café deve fechar a semana com poucos negócios. Com a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operando com queda de mais de 2%, os preços internos devem ser pressionados. Contudo, o dólar opera em boa alta ante o real, servindo de contraponto, podendo limitar as quedas nas cotações.

    Na quinta-feira (20), o mercado brasileiro de café voltou a registrar preços mais baixos. Com mais um dia de queda para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e para o dólar, as cotações voltaram a cair no país. Segundo a SAFRAS Consultoria, o mercado já vem assimilando a queda e alguns vendedores mais necessitados apareceram para negociar.

    Mas o movimento segue lento, com lotes pequenos e isolados movimentados, com o comprador atuando discretamente. O fato é que as recentes quedas assustaram especialmente os produtores, que temem pela continuidade das baixas.

    No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação ficou em R$ 1.080,00 a saca (compra) a R$ 1.130,00 (venda), contra R$ $ 1.130,00 (compra) e R$ 1.170,00 anteriormente. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 1.090,00/1.140,00 a saca, no comparativo com R$ 1.140,00/1.180,00 do dia anterior.

    Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 880,00/920,00 a saca, contra R$ 910,00/980,00 anteriormente.

O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 625,00/635,00 a saca, estável.

COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA BRASILEIRA 2022/23

* A comercialização da safra brasileira de café de 2022/23 até o último dia 18 de outubro alcançou 60% da produção, contra 52% do mês anterior. O dado faz parte de levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O percentual de vendas é bem inferior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 68% da safra. Mas, o fluxo de vendas está um pouco acima da média dos últimos anos para o período (58%).

* Assim, já foram negociadas 34,34 milhões de sacas de uma produção estimada em 2022/23 por SAFRAS & Mercado de 57,3 milhões de sacas. SAFRAS revisou a produção 2022/23, de 58,2 para 57,3 milhões de sacas.

* Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a queda nos preços, por mais paradoxal que pareça, acabou ativando um pouco mais as negociações no mercado físico disponível brasileiro. “Aquele produtor que estava precisando fazer caixa, assustado, veio para o mercado. Mas, em linhas gerais, o fluxo de negócios segue amarrado. A menor disponibilidade, por conta da frustração produtiva da safra 2022, é um limitante importante às vendas”, afirma.

* Para o consultor, o fato é que o produtor continua na defensiva. Mas também não há grande agressividade do lado do comprador. “Tanto é que os diferenciais (basis) no FOB exportação Brasil até alargaram um pouco para algumas descrições no embarque mais curto, a despeito do tombo no referencial de NY”, indica.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em dezembro registram baixa de 2,25% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), cotados a 186,75 centavos de dólar por libra-peso.

* A posição dezembro/2022 fechou a quinta-feira a 191,05 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 1,25 centavos, ou de 0,6%.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra alta de 0,95% a R$ 5,268 O Dollar Index registra baixa de 0,86% a 113,85 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia encerraram mistas. Xangai, +0,13%. Japão, -0,43%.

* As principais bolsas na Europa operam em baixa. Paris, -1,88%. Londres, -1,02%. Frankfurt, -1,51%.

* O petróleo opera em alta. Agosto do WTI em NY: US$ 84,59 o barril (+0,09%).

AGENDA  

– Dados de desenvolvimento das lavouras no Mato Grosso – Imea, na parte da tarde.

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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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