Porto Alegre, 28 de abril de 2023 – O mercado brasileiro de trigo vai encerrando abril com um movimento diferente do observado ao longo de todo o mês. Os preços domésticos apresentam queda em plena entressafra.
Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, com a retração da soja, os produtores optaram por vender o cereal de inverno. No entanto, encontraram, os moinhos bem abastecidos. Foi essa pressão de oferta que derrubou as cotações. “Parece uma queda pontual, mas uma eventual recuperação depende da demanda. Quando os moinhos retornarem às compras, a tendência é de alta”.
Bento explica que esta queda não desmotiva os produtores nas intenções de plantio para a safra 2023, uma vez que o cenário segue vantajoso. “No Paraná, o atraso na safra da soja reduziu o plantio da safrinha e permitiu uma maior área para o trigo. No Rio Grande do Sul, após uma quebra na safra de verão, que foi plantada com custos elevados e vendida com baixos preços, o trigo já vai sendo semeado com um custo menor”, disse.
De um modo geral, a tônica do mercado brasileiro de trigo em abril foi de negócios pontuais. Os agentes se mantiveram pouco flexíveis. O viés predominante era altista, com o aperto da oferta de qualidade no Paraná e o menor excedente exportável da Argentina, mas os preços variaram pouco até a última semana. A logística seguiu sendo um problema, com a maior parte dos caminhões ocupada para o escoamento das safras de verão. Contribuindo para a baixa liquidez, o mês teve dois feriados.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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