Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2025 – O mercado físico do boi gordo teve preços mais baixos ao longo de fevereiro nas principais praças de produção e comercialização do País, pressionados por um cenário de maior oferta combinado com retração no consumo da proteína animal no varejo.
“Contribuiu também para incrementar a oferta o crescimento da disponibilidade de fêmeas, fazendo com que a indústria frigorífica conseguisse um bom avanço de suas escalas de abate. Esse cenário foi bastante representativo na Região Norte e acentuou a queda que se sucedeu nos demais estados que contam com abates relevantes. Por outro lado, as exportações de carne bovina em bom nível ainda são a principal variável de sustentação dos preços, evitando quedas ainda mais contundentes”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo o analista, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade deste movimento no curto prazo, em linha com a atual posição confortável das escalas de abate nos frigoríficos, somado ao comportamento dos preços da carne no atacado. “O enfraquecimento da demanda doméstica de carne bovina é agudo, com a população mais descapitalizada como ocorre normalmente no início de cada ano optando por proteínas mais acessíveis (carne de frango, embutidos e ovos, principalmente). Assim, as indústrias conseguiram sem muita dificuldade pressionar os pecuaristas por preços mais baixos para as boiadas”, assinalou.
Os preços médios da arroba do boi gordo na modalidade à prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 27 de fevereiro:
* São Paulo – R$ 313,67 a arroba, contra R$ 325,08 a arroba em 31 de janeiro, queda de 3,5%.
* Goiás – R$ 294,64 a arroba, ante R$ 307,86 a arroba (-3,64%).
* Minas Gerais – R$ 304,12 a arroba, contra R$ 314,41 a arroba (-3,3%).
* Mato Grosso do Sul – R$ 302,05 a arroba, ante R$ 312,39 a arroba (-3,3%).
* Mato Grosso – R$ 300,38 a arroba, ante R$ 321,93 a arroba (-6,7%).
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 755,443 milhões em fevereiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 50,362 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 153,143 mil toneladas, com média diária de 10,209 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.932,90. Em relação a janeiro de 2024, houve alta de 18,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 8,6% na quantidade média diária exportada e avanço de 9,0% no preço médio.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News
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